De olho nas oportunidades que deverão surgir com a contratação de plataformas e navios destinados ao pré-sal, a Usiminas pretende investir US$ 400 milhões para fabricar no País um tipo de aço especial para atuar em condições desfavoráveis como a destas regiões. A partir de agosto, a empresa começará a produzir anualmente 300 mil toneladas deste tipo de aço, mais resistente a fissuras em profundidades elevadas, para atender principalmente à demanda da Petrobras. A ideia é elevar este volume gradativamente para até 500 mil toneladas anuais até 2012.
Segundo o vice-presidente da Usiminas, Sérgio Leite, o aço especial vai representar um quarto do que é produzido pela companhia hoje para atender a este setor. A tecnologia é "importada" de um dos principais acionistas da Usiminas, a siderúrgica japonesa Nippon Steel. "É um tipo de aço que vem sendo adquirido em outras partes do mundo por ser mais resistente e ter menos riscos de fissura", disse Leite, sem saber informar quão mais caro é o produto em relação ao aço do tipo de chapas duplas.
O volume projetado para ser produzido na unidade de Ipatinga (MG) seria suficiente, segundo Leite, para a construção de até dez plataformas equivalentes ao projeto piloto que será instalado em Tupi, com capacidade para 100 mil barris por dia, mas a unidade também deverá destinar este tipo de aço para refinarias e dutos. A área de Óleo e Gás da Usiminas, recém criada no final do ano passado, será a responsável por comercializar todo o aço produzido pela empresa voltado para o setor. "Nossa ideia é vender os blocos de chapas já cortadas, a exemplo do que fazemos no exterior. Os estaleiros passam a ser apenas montadoras destes grandes blocos e chapas, o que deve agilizar o desenvolvimento dos projetos", explicou Leite.
CONVÊNIO. A empresa firmou convênio para estudar este tipo de aço junto ao Instituto Alberto Luiz Coimbra de Pós-Graduação em Pesquisa e Engenharia (Coppe) da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). Segundo o coordenador do projeto e da Coppe, Oscar Rosa Mattos, entre os estudos serão feitas análises para conhecer a real necessidade de utilização deste tipo de aço nas unidades que vão operar no pré-sal. "Para aumentar a resistência do aço, a empresa reduz o teor de fósforo de sua composição. Este é um processo caríssimo, na casa dos milhões de dólares e que acarreta um custo mais elevado para as plataformas. Vamos procurar usar testes nos nossos laboratórios para saber se realmente ele é necessário", avaliou.
A Usiminas investirá R$ 28,9 milhões ao longo de 2010 na implantação de um centro de pesquisa siderúrgica no Parque Tecnológico da Cidade Universitária, e os testes serão realizados no Laboratório de Ensaios Não Destrutivos, Corrosão e Soldagem, um dos mais modernos do mundo. As pesquisas e os testes sobre o aço e o suporte para os problemas de corrosão serão feitos em conjunto com o Centro de Pesquisa da Petrobras (Cempes). O convênio tem prazo de dois anos.(Fonte: Jornal do Commercio/RJ/Kelly Lima/DA AGÊNCIA ESTADO)
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