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CMA CGM retoma aposta no Brasil e eleva oferta de navios

Emergindo financeiramente da crise mundial que começou em 2008 e ficou mais profunda em 2009, em cujo auge teve seu nome publicado várias vezes ao lado da palavra falência, a companhia francesa de navegação CMA CGM busca agora retomar a fatia de mercado numa das regiões que mais aposta: o Brasil.

"Somos o terceiro maior armador de contêineres no mundo e estamos em quinto hoje no Brasil. Seria muito lógico se fôssemos o terceiro aqui também", diz o diretor-geral da empresa no país, Marc Bourdon, na primeira entrevista que concede à mídia nacional quase um ano depois de assumir o posto.

O silêncio teve razão de ser. A crise veio justamente no momento em que o grupo estava deflagrando um programa de expansão da frota de embarcações e de terminais que opera ao redor do mundo. Ao puxar o freio de mão, centrou esforços durante 2010 na volta da rentabilidade, depois de amargar prejuízo global de US$ 1,4 bilhão com a queda dos volumes de cargas e fretes marítimos no exercício anterior.

A empresa, familiar, recorreu à ajuda do governo francês e encontrou um parceiro privado que injetou US$ 500 milhões - o conglomerado turco Yildirim, que também mantém negócios portuários, de navegação e ainda atua na mineração. Em 2010, o lucro líquido foi de US$ 1,6 bilhão e a margem Ebitda (sigla em inglês para lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) alcançou 17,6%, uma das maiores da indústria do transporte de contêiner.

"Agora somos capazes de olhar novamente para nossa estratégia de aumentar a capacidade com as encomendas que fizemos. Estamos reformulando nossos serviços e navios", diz Bourdon. Atualmente, a CMA CGM opera 389 porta-contêineres, sendo 91 próprios e o restante fretado. No ano passado, movimentou 9 milhões de Teus (contêiner de 20 pés) nos 400 portos que escala, um aumento de 15% sobre o ano anterior. Os tráfegos com o Brasil somaram 311 mil Teus no mesmo período. A meta agora é fechar 2011 próximo a 400 mil Teus. "Acho realisticamente possível", afirmou confiante o executivo.

Como já fizeram os demais concorrentes de mesmo porte, o tráfego direto com a Ásia receberá mais musculatura. A ideia é empregar ainda na segunda metade do ano navios de cerca de 6 mil Teus, aumentando em cerca de 20% a oferta que a CMA CGM tem na rota, realizada hoje por meio de um acordo com outro armador. A empresa ainda não revela o número de embarcações que serão substituídas.

"A perspectiva que temos é que o mercado marítimo com o Extremo Oriente continuará crescendo, aproximadamente 15% na importação. Então acreditamos que isso suportará a capacidade adicional que está sendo colocada pelos operadores", avalia o diretor-geral.

No segundo semestre serão empregados navios de cerca de 6 mil Teus, elevando em 20% a oferta na rota com a Ásia

De acordo com levantamento feito pela consultoria marítima Datamar, quando começou o "boom" de importações do Extremo Oriente, em 2008, a oferta média mensal da rota no primeiro bimestre era de aproximadamente 221 mil Teus. Na comparação com o mesmo período deste ano, houve crescimento de quase 30%.

A empresa também está apostando em um novo serviço que conecta a Ásia, o Caribe e os portos brasileiros de Suape, em Pernambuco, e Salvador, na Bahia. "Estamos tentando responder ao potencial que vemos no Nordeste brasileiro, uma região que cresce muito fortemente", diz o executivo, que, antes do Brasil, ocupava o cargo de diretor da CMA CGM na Índia.

Além disso, o tráfego com a Europa também está recebendo capacidade adicional, da mesma forma que o serviço responsável por ligar toda a Costa Leste da América do Sul ao Caribe.

Em tempos de expansão, Bourdon engrossa o coro do setor que teme pela pressão sobre os fretes. "Sim, nós fizemos muito dinheiro em 2010, a indústria em geral fez. Mas foi muito mal em 2009, algumas empresas quase morreram no processo. Hoje, a rentabilidade está voltando, mas o mercado não está tão bom porque existe um problema de sobrecapacidade, há muita oferta de espaço".

Os próximos meses serão recordistas na entrega de navios porta-contêineres saindo de estaleiros. Confirmada a expectativa da indústria, abril chegará ao fim com 58 novas embarcações adicionais. De acordo com a consultoria marítima internacional Alphaliner, a perspectiva é que a chegada de novas embarcações represente um acréscimo de 1,35 milhão de Teus na frota mundial - o equivalente a mais do que a frota inteira operada pela própria CMA CGM, que é de 1,25 milhão de Teus e representa 8,2% do total.

Para termos de comparação, atualmente os quatro maiores armadores de porta-contêineres detêm 40% do mercado mundial, que conta com pelo menos 30 empresas com mais de 49 mil Teus. Os quatro maiores são o grupo Maersk (com 2,25 milhões de Teus, perto de 14,8%); MSC (1,97 milhão de Teus, com 13%); CMA CGM; e Evergreen (612,3 mil Teus, com 4%).

Fonte: Valor Econômico/Fernanda Pires | Para o Valor, de Santos


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