O transporte de cargas transpacífico sofrerá queda de 10% se o governo de Donald Trump implementar tarifas sobre mais US$ 200 bilhões em importações chinesas, o que é esperado para ser anunciado ainda nesta semana.
O cálculo é da chinesa Cosco, terceira maior companhia de transporte marítimo de contêineres do mundo, prevendo impacto mais nas cargas de menor valor do que nas de produtos com valor agregado importante.
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Trump já aumentou tarifas sobre US$ 50 bilhões de produtos chineses em meio à disputa que envolve pressões para Pequim eliminar seus planos de criar campeões de robótica e em outras tecnologias.
A Casa Branca tem sinalizado que deve continuar com mais punições contra os chineses, o que levará a guerra comercial a um nível ainda mais perigoso. Os chineses prometeram retaliar com sobretaxas sobre US$ 60 bilhões em importações procedentes dos EUA.
Na Europa, por sua vez, a questão é como evitar mais confronto com Trump. Os europeus reiteram que querem fazer um acordo bilateral amplo, mas apenas na área industrial, sem incluir produtos agrícolas, por exemplo.
No entanto, o governo alemão já fez os cálculos do impacto de um aumento de tarifa de importação de carros europeus, de 2,5% para 25%, como ameaça Trump. Isso causaria uma baixa de 0,2% no Produto Interno (PIB) alemão, algo entre 5 e 7 bilhões de euros (US$ 5,8 bilhões a US$ 8 bilhões). Certos analistas não tem dúvidas de que, nas negociações bilaterais, o governo alemão poderá pressionar seus parceiros da UE para fazer concessões na área agrícola para os EUA, em troca de manutenção da alíquota atual para os carros.
Fonte: Valor