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Evolução da ômicron pode adiar a volta de cruzeiros marítimos

Num cenário de aumento expressivo do número de casos de covid-19 no país, devido ao contágio da variante ômicron, o governo acompanha com preocupação a retomada rápida de cruzeiros marítimos. A depender da evolução dessa nova fase da pandemia, pode recomendar que a suspensão desse tipo de viagem vá além de 21 de janeiro.

Uma fonte graduada do governo, que participa diretamente das conversas sobre o assunto, disse ao Valor que um eventual quadro “crescente” de casos de ômicron pode levar a uma maior cautela em relação aos cruzeiros marítimos no país. E que é preciso garantir um retorno “seguro” das temporadas de viagens de cruzeiros no país, em meio à pandemia, que ainda não acabou.


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As próprias companhias do setor optaram por suspender novos embarques até 21 de janeiro, após recomendação da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). Em Brasília, órgãos federais como os ministérios de Saúde, Justiça e Segurança Pública, Infraestrutura e do Turismo também acompanham o tema.

Estão sendo feitas reuniões com secretários de municípios afetados pela parada temporária dos navios de cruzeiros para discussão de protocolos sanitários. E nesta semana representantes das companhias também devem apresentar dados ao governo federal sobre número de contaminações de seus tripulantes - até o fim da semana passada, esse número passava de 500.

Mesmo com a suspensão de novos embarques até 21 de janeiro, a Anvisa considera preocupante realizar esse tipo de viagem no país pois especialistas projetam aumento nos casos de covid-19 nas próximas semanas.

Dados do setor de cruzeiros enviados à agência reguladora indicam que o registro de casos de covid-19 segue em alta e cerca de 90% das cabines de isolamento dentro dos navios mantidos em operação já estão ocupadas.

Integrantes da Anvisa relatam que as embarcações de cruzeiro - além de oferecerem um ambiente confinado, favorável à propagação do vírus - dificultam o controle de casos. Isso porque embarques e desembarques de passageiros ocorrem a cada ponto de parada na costa brasileira. Este cenário já havia sido previsto pela agência quando o setor anunciou a suspensão de novos embarques.

Na prática, a suspensão serviu para livrar o setor do desgaste de ter que cancelar os pacotes já vendidos para todo o período de férias. Para o governo, a suspensão “voluntária” evitou a tomada de uma decisão mais dura, que pudesse ser entendida como intervenção. Com isso, também não precisou ceder ao que a Anvisa defende desde agosto do ano passado: a suspensão da temporada de cruzeiros 2021/22.

Outro ponto de atenção levantado pela Anvisa é o desafio de prestar atendimento médico aos infectados. A agência considera que, nos pontos de parada, pode haver saturação na rede hospitalar relacionada ao atendimento de pacientes locais que precisam de hospitalização após contágio da gripe influenza e de covid-19.

Fonte: Valor






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