A draga La Belle, que está encalhada na pedra da baixinha dentro do rio Potengi próximo à Guia de Corrente na praia da Redinha, não tem previsão de ser desencalhada pela empresa Bandeirantes, proprietária do navio que fazia a dragagem. As três tentativas de desencalhe não obtiveram sucesso e a embarcação continua sendo ponto de atração dos turistas que passam pelo trapiche, localizado em frente à praia.
O encalhe aconteceu no último dia 2, e após as tentativas de desencalhe a empresa instalou um barreira de contenção para evitar o vazamento de 40 mil litros de óleo armazenados nos tanques da embarcação. De acordo com a Capitania dos Portos, um novo resgate só poderá ser realizado quando a maré estiver cheia, propiciando melhores condições para a operação.
O comandante da Capitania dos Portos, capitão Cleber Ribeiro, disse que em todas as operações a Marinha esteve presente, mas a responsabilidade em retirar a embarcação é da empresa Bandeirantes, proprietária do La Belle. “Quando a maré está cheia, o navio flutua, sendo mais fácil o rebocador puxá-lo, mas nas três tentativas, sem sucesso, a maré estava cheia, agora será preciso aguardar um período mais propício”.
A draga deve permanecer no local até setembro, quando as condições de vento e maré tornam-se favoráveis ao desencalhe novamente. O capitão disse que a Marinha fica averiguando se não há vazamento de óleo até que a empresa tenha sucesso no desencalhe. A embarcação encalhou com uma maré de 1,80 metro, por isso necessita de uma maré de mais de 2 metros para sair. A última operação, realizada no dia 11 de agosto, aconteceu quando a maré atingiu 2,50 metros e usou três rebocadores, mas sem sucesso.
La Belle estava fazendo o trabalho de dragagem do rio Potengi para retirar entulhos do leito do rio, com o objetivo de aprofundar a área para permitir a passagem de navios de até 60 mil toneladas, a partir de dezembro deste ano. Com o encalhe, a empresa teve que encaminhar outra embarcação, chamada Reem Island para continuar a operação de dragagem.
Com capacidade para 5.600 metros cúbicos e três vezes maior que “La Belle”, o navio-draga Reem Island já se encontra no Porto de Natal aguardando a nacionalização para começar as atividades. A empresa Bandeirantes encaminhou ofício à Codern informando que o prazo para conclusão da operação está mantido – até dezembro deste ano.
Em uma das tentativas de desencalhe, um dos cabos que prendia a draga ao rebocador Bourbon Liberty 218, da empresa Delba Marítima, do RJ, arrebentou. A empresa Bandeirantes informou que encaminhou para Natal uma equipe de engenheiros para definir um plano de desencalhe, mas a equipe da TN não conseguiu contato com nenhum dos integrantes.
Marinha mantém buscas a pescadores desaparecidos
O Navio-Patrulha Graúna continua nas buscas à embarcação “Pirata da Vovó” que se encontra desaparecida desde quarta-feira (18), quando saiu para atividade de pesca e não retornou.
O Navio-Patrulha já percorreu mais de 100 milhas (aproximadamente 200 Km) e hoje realiza buscas na área compreendida entre a Risca do Zumbi e o Cabo Calcanhar. Em paralelo, o navio tem mantido contato, via rádio (VHF), com as embarcações pesqueiras e navios mercantes que passam pela região, alertando para o evento de busca e salvamento (SAR).
A Capitania dos Portos do Rio Grande do Norte permanece com uma equipe de Inspeção Naval no litoral, mas até o momento também não obteve êxito. O Comando do 3º Distrito Naval aumentou a área de buscas para o norte e informa que o SALVAERO RECIFE enviou uma aeronave da Força Aérea Brasileira (FAB). As Colônias de Pesca permanecem em alerta.
Entrada da barra é uma região crítica
A entrada da barra é uma região onde outras embarcações já encalharam, como a corveta Forte de Coimbra, da Marinha do Brasil, que encalhou na pedra da baixinha no dia 19 de novembro de 1996 e a embarcação Canopus a 150 metros da primeira, no dia 15 de outubro de 1995.
O navio pesava 911 toneladas e apresentava 56 metros de comprimento. A embarcação holandesa, tinha 41 anos de idade, e voltava de uma operação de reposição do farol da risca em Zumbi para melhorar a sinalização naquela região. A Capitania dos Portos ajudou no resgate dos 63 tripulantes, nenhum deles ficou ferido.
Corveta
Após diversas tentativas de resgate, até com o apoio de helicópteros, a corveta Forte de Coimbra foi desligada da Marinha e posteriormente desmontada. As 800 toneladas foram usadas na fabricação de lâminas de barbear.
O navio maltês Canopus encalhou nos arrecifes chamados de cabeça de negro, a 150 metros de distância do local onde encalhou a corveta, provocando o maior derramamento de óleo da história do rio Potengi. Na época, várias tentativas de resgate foram realizadas, mas ele saiu no dia 30 de outubro d o ano de 1995 quando a maré estava cheia.
Fonte: Tribuna do Norte (RN) Natal
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