Os navios de gás natural liquefeito estão cada vez mais optando por viajar até duas semanas a mais e quase 6.000 milhas náuticas adicionais e evitar o Canal do Panamá, já que há navios pagando quase US$ 4 milhões para evitar a longa fila.
Pela primeira vez em dois anos, os navios transportadores de GNL preferiram utilizar o Cabo da Boa Esperança, segundo dados da Bloomberg. A preferência por prolongar as viagens ilustra como a seca e o aumento dos custos para transitar pelo canal estão mudando as rotas globais do comércio de energia.
PUBLICIDADE
Os baixos níveis de água do canal levaram as autoridades a restringir o número de vagas disponíveis para os embarcadores. Há também menos incentivos de mercado para pagar milhões de dólares e furar a fila de espera, já que os preços spot do GNL na Ásia não estão em nível que justifique o pagamento adicional.
Os preços do gás na Europa estão muito mais baixos do que os máximos históricos registados há um ano, na sequência da invasão da Ucrânia pela Rússia. Este ano, os níveis altos de armazenamento e as temperaturas amenas baixaram os preços. A procura asiática pelo combustível também tem sido fraca dada a ausência de uma recuperação econômica na China.