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Petrobras descobre petróleo no pré-sal da Bacia de Campos, no litoral do Rio

Há 43 anos em atividade, a Bacia de Campos, no litoral fluminense, tem sido marcada ultimamemente pelo declínio na produção de petróleo enquanto aumenta o protagonismo dos campos do pré-sal na Bacia de Santos.

No entanto, uma descoberta anunciada pela Petrobras nesta quarta-feira mostra que ainda há chances de aumento da produção na região.


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A estatal informou que encontrou sinais da presença de petróleo em um poço exploratório numa área de águas ultraprofundas no pré-sal, no sul da Bacia de Campos.

A descoberta foi feita no bloco C-M-657, arrematado em leilão da 15ª rodada de licitações da Agência Nacional do Petróleo (ANP), em 2018. O poço foi chamado de Naru.

O poço está localizado a aproximadamente 308 quilômetros da costa da capital fluminense, a uma profundidade de 2.892 metros de distância do nível do mar ao solo.

A descoberta foi feita apenas dois anos depois de o bloco ter sido arrematado em leilão pelo consórcio formado pela Petrobras (30%), que é a operadora, pela americana ExxonMobill (40%) e pela norueguesa Equinor (30%), sob regime de concessão.

Além do resultado positivo em pouco tempo de exploração, a descoberta foi a primeira numa região onde até agora os poços perfurados se mostraram secos.

Segundo a Petrobras, os dados coletados no poço serão analisados para melhor avaliar o potencial e direcionar as atividades exploratórias na área.

Evidência de óleo fora de área especial
O anúncio feito pela Petrobras foi considerado muito importante pelo geólogo Pedro Zalán, da Zag Consultoria em Exploração de Petróleo, porque é uma evidência da existência de reservas de petróleo em uma região fora do chamado polígono do pré-sal.

Trata-se da área especial entre o Espírito Santo e São Paulo onde vigora o regime de partilha do óleo entre as petroleiras e a União por causa da alta produtividade.

O campo onde foi feita a descoberta, no sul da Bacia de Campos, fica fora do polígono, com exploração sob o modelo de concessão: as petroleiras pagaram pelo direito de explorar e embolsam todo o lucro da produção mediante o pagamento de impostos e royalties.

Segundo Zalán, a descoberta reforça o potencial de existência de petróleo no pré-sal em áreas que ficam a leste do polígono, perto do limite com a Bacia de Santos. A Shell perfurou dois poços que se mostraram secos próximo da região da descoberta, sendo que um deles, chamado Saturno, representou uma grande frustração para os geólogos.

— Essa descoberta na mesma região de ultra-fronteira volta a levantar os ânimos que estavam baixos com os poços secos até então — afirmou Zalán.

Segundo o especialista, além do bloco com o poço descobridor, vários outros blocos na mesma região foram licitados na 15ª rodada e na 16ª rodada de licitações da ANP, sem terem tido sucesso ainda na tarefa de encontrar petróleo.

A Bacia de Campos se estende desde a altura da cidade de Vitória, no Espírito Santo, até Arraial do Cabo, na Região dos Lagos do Estado do Rio de Janeiro.

O primeiro campo descoberto pela Petrobras na região foi o de Garoupa, em 1974, sendo que, em 1977, foi iniciada a produção comercial no campo de Enchova.

A partir do trabalho realizado na Bacia de Campos, a Petrobras desenvolveu tecnologias para produção em águas cada vez mais profundas, o que levou a estatal à descoberta dos reservatórios da camada pré-sal, confirmada em 2006.

Fonte: O Globo






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