A produção petroleira da Venezuela vem caindo de forma ininterrupta há pelo menos seis anos - de 2,80 milhões de barris/ diários em 2012 foi para 1,51 milhão de b/d no ano passado, segundo dados da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep). As sanções americanas vêm acelerando esse processo, e a Venezuela pode encerrar 2019 produzindo menos de 500 mil b/d.
Esse cenário, estimam economistas, levaria a uma queda de entre 37% e 39% do PIB venezuelano em 2019. No ano passado, a economia venezuelana encolheu 18%.
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De acordo com relatório da Opep, que também usa fontes independentes, de janeiro a março, a produção da Venezuela caiu 37%, de 1,02 milhão de b/d para 732 mil b/d. Já os números fornecidos pelo governo da Venezuela ao cartel apontam uma queda de 1,43 milhão de b/d para 960 mil b/d no período.
Estima-se que ao menos 200 mil b/d tenham deixado de ser produzidos como consequência das sanções dos EUA, afirma Henkel García, diretor da consultoria Econométrica, em Caracas.
Hoje a produção da Venezuela está no patamar mais baixo desde janeiro de 2003, quando a greve petroleira (de dezembro de 2002 a fevereiro de 2003) derrubou a produção para 620 mil b/d.
"Mas a diferença entre hoje e 2003 é que naquele momento tínhamos capacidade de recuperar a produção. Hoje não", afirma García. "Se formos comparar, em termos de produção anual e recuperação futura, estamos pior do que naquela época."
Não há perspectiva de recuperação da produção, depois de dois apagões terem afetado o bombeamento dos poços em março. Carlos de Sousa, da consultoria Oxford Economics, afirma que os problemas de geração e distribuição de energia elétrica não serão solucionados por completo, o que dificultará a recuperação da produção.
A Oxford Economics estima que a Venezuela terminará 2019 produzindo na faixa de 500 mil b/d e que o PIB do país caia 39%.
Já a consultoria Torino Capital prevê que o país encerre o ano produzindo não mais do que 400.000 b/d e que a economia venezuelana contraia-se 37%.
Fonte: Valor