Os pesquisadores e acadêmicos da Universidade de São Paulo (USP) e do Instituto Nacional de Pesquisas Hidroviárias (INPH) do, Rio de Janeiro, poderão trabalhar em conjunto para poder avaliar a viabilidade de se aprofundar o canal de navegação do Porto de Santos.
A possibilidade foi aventada, na terça-feira(14), durante a visita de uma comitiva, composta por agentes do poder público e privado, aos laboratórios da Escola Politécnica da USP, na Capital. Eles integram o grupo do Santos 17, formado para catalizar estudos e esclarecer dúvidas.
A junção de esforços não é uma decisão definitiva, conforme destaca o diretor-presidente da Brasil Terminal Portuário (BTP), Antonio Passaro, idealizador da iniciativa que visa ampliar a profundidade de todo o acesso aquaviário dos atuais 15 para 17 metros.
“Ao invés de um ou outro, eles poderão trabalhar de forma complementar e juntos”, explicou. No entanto, a união dos trabalhos dependerá das propostas (tanto financeiras, como técnicas) que as duas instituições farão ao grupo nos próximos meses.
No início do mês, a comitiva com representantes da Capitania dos Portos de São Paulo (CPSP), da Praticagem de São Paulo e do Sindicato dos Operadores Portuários do Estado de São Paulo (Sopesp) visitou as instalações da INPH. Ontem, foi a vez da USP.
Após conhecer os modelos físicos da área portuária do Maranhão, que abrangem estudos da influência de correntes em áreas estuarinas, e do Terminal da Ilha Guaíba (RJ), que mostra dinâmica de ondas, o grupo esteve na área destinada ao Porto de Santos na instituição.
Trata-se de uma ampla sala, de quase 800 metros quadrados, onde hoje existe uma biblioteca. Caso a parceria vingue, a ideia é que a instalação seja transferida para outro lugar e ali seja montada uma réplica, em escala, do complexo santista e do entorno.
Hidrodinâmia
O capitão-de-mar-e-guerra Ricardo Fernandes Gomes, comandante da CPSP, avaliou positivamente os estudos de hidrodinâmica. Para ele, é fundamental que os trabalhos evidenciem os reflexos da entrada de cargueiros maiores no canal do estuário.
“Conforme os navios aumentam, o efeito deles durante a navegação no Porto pode comprometer a segurança daqueles que estão atracados”, disse. Isto é, será necessário determinar quais serão os novos pontos seguros em todo o cais e quais a respectivas restrições.
Meio ambiente
Por outro lado, a Prefeitura de Santos estimula a realização desse estudo, desde que ele leve em conta os possíveis impactos ambientais (como a erosão de praias), conforme o secretário-adjunto de Assuntos Portuários, Frederico Abdalla.
“Nesse trabalho, também deverão estar estabelecidos quais podem ser as medidas mitigadoras, como guias correntes ou molhes”, explica. Segundo ele, são estruturas que podem ajudar a evitar a perda de sedimentos da Ponta da Praia, por exemplo.
Fonte:A Tribuna On-line
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