A Capitania dos Portos de Itajaí recebeu oficialmente o projeto do porto turístico para transatlânticos em Balneário Camboriú, junto com um pedido de autorização para batimetria e estudos sísmicos, que revelarão o que há embaixo da camada de areia.
A apresentação foi feita por André Guimarães Rodrigues, bacharel em Ciências Náuticas e prático em Itajaí, que é o autor do projeto. Representantes de empresas interessadas na proposta também participaram da reunião.
A ideia é ousada: inclui a extensão do Molhe da Barra Sul e dragagem para permitir a atracação de até dois navios de passageiros ao mesmo tempo, um na parte interna e outro na parte externa da estrutura.
A proposta poderia abrir espaço para Balneário receber mais de cem navios que hoje passam pela costa em direção ao Mercosul, e não param em Santa Catarina. Teria capacidade inclusive para o maior transatlântico do mundo em atividade, o Allure of the Seas.
Entre os documentos entregues por Rodrigues à Marinha estão os cálculos preliminares, com estimativas do volume de dragagens necessárias. Para que saia do papel, o projeto precisa primeiro dos estudos solicitados, que indicarão a viabilidade do píer.
Em março o pré-projeto, que também tem registro na Biblioteca Nacional, já havia sido protocolado junto à Capitania dos Portos, que ainda não se manifestou publicamente a respeito. A expectativa é que , se autorizados os estudos, o levantamento da área leve cerca de 40 dias.
A Praticagem acompanhou a entrega da proposta e de acordo com o presidente, Alexandre Gonçalves da Rocha, aguarda a manifestação da Autoridade Marítima para envolver-se com o projeto, se for o caso.
Em março, um documento enviado à Marinha pela Praticagem, informando que não tinha ainda conhecimento oficial da proposta, acabou em mal entendido.
Interesse municipal
O prefeito Edson Piriquito (PMDB) disse ontem que ainda não há encaminhamentos do projeto do atracadouro de transatlânticos na prefeitura, mas confirmou que há interesse na proposta “desde que haja possibilidade legal”.
No momento, o município aguarda o andamento da proposta de um atracadouro mais simples, para tênderes _ pequenas embarcações para trazer ao molhe os turistas dos navios, que nesse caso ficariam fundeados em alto mar, como ocorre em Porto Belo.
Esse projeto é capitaneado pela empresa Bontur, que tem como um dos sócios o empresário Julio Tedesco, e pode integrar a nova marina que será feita na lateral do molhe.
O município já emitiu os alvarás para autorizar a obra. A negociação com as operadoras de cruzeiros, porém, será feita pelas empresas privadas.
Fonte: Diário Catarinense/Dagmara Spautz
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