A equipe do Brasil Plural revisou na semana passada duas empresas de logística, a Tegma e a Log-In. No caso da primeira, a casa de análise acredita que a recente queda das ações da Tegma, de R$ 20 para o patamar dos R$ 14, é exagerada. De acordo com relatório, os analistas atualizaram a recomendação para "overweight" (desempenho acima da média de mercado, equivalente a compra), com preço-alvo em R$ 20,40 para 2015. O preço estimado, portanto, representa um potencial de alta de 39,8%, em relação ao fechamento de sexta-feira, de R$ 14,59.
Apesar do momento da indústria automotiva - principal mercado da Tegma - não ser dos melhores, a equipe do Brasil Plural acredita que a empresa vem apresentando margens resilientes, além de um compromisso com a lucratividade estabelecido pela nova administração.
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O banco elevou ainda a recomendação para a Log-In de "equal weight", semelhante à neutra, para "overweight", equivalente à compra. Entretanto, a casa de análise reduziu o preço-alvo da ação para 2015 de R$ 7,50 para R$ 5,70, devido aos riscos à rentabilidade da empresa neste ano. O novo preço implica potencial de valorização de 50,4% em relação ao fechamento de sexta-feira, de R$ 3,79.
Em relatório, os analistas Rogério Araújo, Italo Ferrara e Lucas Barbosa justificam a recomendação afirmando que o mercado está atribuindo preço muito baixo à divisão de navegação costeira da companhia, em torno de R$ 60 milhões - um valor inferior ao do crédito subsidiado que essa divisão tem com o Fundo da Marinha Mercante (FMM), de R$ 150 milhões.
O banco trabalha com dois cenários, um positivo e outro negativo, para a empresa neste ano. No favorável, a ação poderia ir de R$ 10 a R$ 11; mas pode baixar para nível entre R$ 2 e R$ 3 "se tudo der errado" nas operações em andamento da empresa.
No cenário positivo, a companhia pode ser bem-sucedida em mostrar melhorias na rentabilidade de suas taxas de utilização, devido à expansão de transporte de volumes, influenciado por melhor desempenho, e substituição de aluguel de embarcações, para efetuar serviços, por navios próprios.
Mas o banco não descartou a possibilidade de a companhia continuar, neste ano, a mostrar resultados sem brilho - em linha com os últimos anos. Na análise do Brasil Plural, o que pressionou as margens no ano passado foi o impacto do aumento na capacidade de navios da companhia, o que demandou expansão de custos para realizá-lo.
Assim, os analistas consideram que 2015 pode ser um "ano de virada" para a empresa, visto que o aumento de volumes a serem transportados poderá elevar a taxa de utilização, bem como os ganhos de escala.
Outra instituição, o banco Fator, iniciou a cobertura da Ultrapar com recomendação neutra e preço-alvo de R$ 43,20, refletindo a expectativa de desaceleração do crescimento da empresa. O preço-alvo é 30% inferior ao fechamento das ações da companhia na sexta-feira, de R$ 56,18.
Segundo o banco Fator, apesar do cenário favorável para distribuição de derivados, a performance da Ipiranga deve ser limitada pela redução do crescimento da frota de veículos leves.
A casa tem uma avaliação positiva sobre a estratégia de diversificação da Oxiteno, o que deve ser o principal fator impulsionando o crescimento dessa unidade. A companhia deve conseguir defender sua posição de liderança no mercado petroquímico da América Latina pelos próximos anos.
Fonte: Valor Econômico/Alessandra Saraiva, Fábio Pupo e Camila Maia | De São Paulo e do Rio