A Confederação Nacional da Indústria (CNI) anunciou a abertura de escritórios de representação em Nova York, nos Estados Unidos, Xangai, na China, Munique, na Alemanha, e Dubai, nos Emirados Árabes Unidos. O objetivo é fortalecer a presença em regiões consideradas estratégicas para negócios e facilitar o acesso de empresas brasileiras a mercados potenciais para a indústria.
O presidente da CNI, Ricardo Alban, explicou que a meta é facilitar parcerias e aumentar a visibilidade internacional para os produtos industriais fabricados no Brasil. “Nossa missão é defender os interesses do setor, reduzir vulnerabilidades e transformar esses desafios em oportunidades para levar a indústria brasileira ao mundo e trazer o mundo para a nossa indústria”, disse.
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Ele lembrou que o Brasil é o 24º colocado no ranking de exportadores globais e responde por apenas 1,2% do comércio mundial, segundo dados da Organização Mundial do Comércio (OMC). Além disso, levantamento da CNI mostra que a China é o principal parceiro comercial do Brasil e foi destino de 28% das exportações brasileiras em 2024.
A Confederação avalia que, embora as exportações sejam basicamente de commodities agrícolas e minerais, há espaço para vender para os chineses bens manufaturados, tecnologias verdes e soluções industriais. E também para os Estados Unidos, o segundo maior parceiro comercial do Brasil e principal destino dos investimentos greenfield brasileiros no exterior, com crescimento de 52,3% na década passada.
Já a Europa, informou a CNI, compra 16,7% das exportações brasileiras e faz investimentos consistentes no Brasil há mais de duas décadas, o que reforça a importância para a indústria nacional de ter representação naquele continente. No caso de Dubai, a justificativa é o fato de a cidade ser hoje o principal hub logístico e comercial do Oriente Médio e Norte da África e plataforma de reexportação para dezenas de mercados da região.
Ricardo Alban destacou que as representações da CNI permitirão, além de apoiar as empresas brasileiras do setor, fomentar parcerias tecnológicas e industriais de alto valor agregado, cultivar relacionamentos institucionais e posicionar o Brasil como destino atrativo para investimentos. Segundo a CNI, os escritórios internacionais vão também apoiar as federações estaduais de indústria e os conselhos empresariais bilaterais, promovendo rodadas de investimento e a aproximação entre companhias nacionais e estrangeiras em mercados considerados prioritários, como Emirados Árabes, Índia e China.
Cada escritório terá, nos próximos 12 meses, agenda própria de atividades. Entre as ações já previstas estão a Semana da Indústria em Nova York, programada para 2026, e um seminário de investimentos na China. E estão previstas estratégias específicas para cada representação. À de Nova York caberá a defesa dos interesses da indústria brasileira nos Estados Unidos e o fortalecimento da imagem do setor com agendas institucionais. A de Xangai será responsável pela busca de investimentos e parcerias em inovação e P&D, além de dar apoio a delegações brasileiras em feiras, missões e eventos.
No caso de Munique, o escritório fará a coordenação regional na Europa, com foco em financiamento, inovação, sustentabilidade e manufatura avançada, enquanto a de Dubai terá como meta a articulação para ampliar a presença brasileira nos mercados do Oriente Médio e da Índia, também visando a atração de investimentos produtivos e a ampliação das oportunidades para a indústria brasileira.
A CNI informou que a abertura dos escritórios internacionais faz parte de parceria com a Agência Paulista de Promoção de Investimentos e Competitividade (InvestSP). O secretário de Desenvolvimento Econômico do Estado de São Paulo, Jorge Lima, explicou que a InvestSP já dispõe de infraestrutura e equipes locais, o que otimiza custos e garante mais agilidade às operações. A Confederação anunciou ainda que negocia com a própria InvestSP e com outras instituições, como a Apex Brasil, para criar outras unidades no exterior.

















