A Companhia Docas do Estado de São Paulo (Codesp) iniciou, na segunda-feira (13), o levantamento das profundidades dos trechos 3 e 4 do canal de navegação do Porto de Santos. Assim, a estatal espera obter os dados que servirão de base para a dragagem de manutenção na região que vai entre o Ferry Boat e a Alemoa. A expectativa é de que os trabalhos sejam concluídos no final desta semana.
De acordo com o diretor de Engenharia da Codesp, Antonio de Pádua Andrade, a batimetria teve início ontem, às 8 horas. O levantamento das profundidades começou pelo trecho 3 do canal, que vai da Torre Grande ao Armazém 6, no Paquetá.
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Conforme o planejamento, os trabalhos seguirão em direção ao Trecho 4, do Paquetá até a Alemoa. Esta última região foi a mais impactada pelo assoreamento nesses quatro meses em que a dragagem não ocorreu. Isso forçou a Capitania dos Portos de São Paulo (CPSP) a reduzir o calado operacional nessa região e também no Trecho 3, prejudicando as operações nos terminais localizados nestas áreas.
De acordo com Pádua, o resultado das batimetrias deve ser conhecido no próximo dia 25. A partir desses dados, a estatal irá elaborar, em conjunto com a CPSP, um plano para a dragagem “cirúrgica”.
Como não há uma draga disponível para o serviço, o diretor de Engenharia espera que a embarcação da Van Oord Operações Marítimas (empresa contratada para esse serviço) seja deslocada até o Porto de Santos durante a elaboração desses trabalhos.
A embarcação que deveria realizar os trabalhos no Trecho 1, a Geopotes 15, está no Rio de Janeiro. Mas usuários do cais santista temem que esta não seja a embarcação recomendada para o serviço, devido a suas características técnicas. A segunda opção é a draga Lelystad, que já atuou na manutenção das profundidades do complexo santista. O problema, neste caso, é que ela está fora do País e levará ainda mais tempo para chegar ao Porto.
Interrupção
A dragagem de manutenção da região entre o Ferry Boat e a Alemoa (trechos 2, 3 e 4 do canal) está interrompida desde fevereiro. A retomada dos trabalhos será possível após a inclusão destas obras em um contrato já firmado entre a Van Oord e a Codesp.
Agora, a empresa holandesa será responsável pela dragagem de todo o canal de navegação do Porto até outubro. Para isto, receberá R$ 24,1 milhões.
Para compensar a ampliação do contrato, foi reduzido o volume estimado da dragagem a ser feita. Com isso, em vez de serem retirados 1,5 milhão de metros cúbicos de sedimentos apenas no trecho 1 do canal, serão dragados 940 mil metros de sedimentos nos quatro trechos da via navegável, da Barra de Santos até a Alemoa.
Fonte: Tribuna on line/FERNANDA BALBINO