A draga Lelystad, da Van Oord Operações Marítimas, iniciará, nos próximos dias, a correção de pontos de assoreamento no canal do Porto de Santos. São locais onde sedimentos, como areia e lama, acabam depositados, tornando o estuário mais raso. A medida é necessária para evitar a redução do calado operacional (a metragem vertical da parte submersa da embarcação) no complexo.
Em paralelo, será executado um levantamento das profundidades (a batimetria) de todos berços e acessos aos pontos de atracação do cais santista, o que será analisado nas próximas semanas.
As obras e os estudos são uma determinação da Capitania dos Portos de São Paulo (CPSP). A decisão foi tomada na última quinta-feira (13), após uma reunião entre a Autoridade Marítima, a Companhia Docas do Estado de São Paulo (Codesp, a estatal que administra o cais santista) e a Praticagem de São Paulo.
O encontro foi marcado após os práticos relatarem que navios tocaram o fundo do estuário entre 7 de julho e 1º de agosto. Foram três as ocorrências. A primeira aconteceu nas proximidades do berço da BTP, na Alemoa, no Trecho 4 do canal de navegação.
A segunda ocorreu perto do ponto de atracação do Armazém 19, na região de Outeirinhos, onde estão os armazéns açucareiros, no Trecho 3 do canal. Já o terceiro ponto relatado pela Praticagem fica nas proximidades do berço do Armazém 38, no Corredor de Exportação, na Pontada Praia, no Trecho 2 do estuário.
Atualmente, o canal tem quase 15 metros de profundidade em boa parte de sua extensão. Com isso, os navios que trafegam no Porto devem atender a duas restrições. Da entrada da Barra até a Alemoa, embarcações com até 13,2 metros de calado podem trafegar. Das proximidades da Brasil Terminal Portuário (BTP) em diante, a restrição é de 11,2 metros.
Mas, segundo o capitão-de-mar-e-guerra Ricardo Gomes, comandante da CPSP, as batimetrias dos quatro trechos do canal apontaram pequenos pontos de assoreamento com 14,1 metros de profundidade. Eles estão principalmente no Trecho 2, entre o Entreposto de Pesca e a Torre Grande.
Na curva próxima ao Armazém 12, no Trecho 3, foram encontrados pontos com profundidade reduzida, variando entre 14,4 e 14,5 metros. Com essa medida, como há a necessidade de o navio ter uma distância de segurança do fundo do canal, o calado poderia ser reduzido para 13 metros.
Tal medida só foi evitada pois a diretoria da Codesp prometeu que esses locais assoreados seriam dragados prioritariamente.
“A Lelystad vai direcionar esforços principalmente no Trecho 2 até o dia 30 de setembro. Ela precisa alcançar, no mínimo, 14,7 metros para recuperar a profundidade”, explicou o capitão dos portos. Após essa data, será realizada uma nova reunião para avaliar as condições do canal de navegação do cais santista.
Procurada, a Codesp informou que a draga Lelystad irá atuar nos pontos assoreados nos próximos dias.
A fim de melhor organizar as obras de dragagem, seu licenciamento ambiental e a oficialização das novas profundidades, a Codesp dividiu o Estuário de Santos em quatro trechos. O 1 vai da Barra de Santos até a direção do Entreposto de Pesca, na Ponta da Praia. O 2 prossegue até a altura do Terminal de Passageiras Giusfredo Santini. O 3 continua deste ponto até o Armazém 6. Deste local até a região da Alemoa fica Trecho 4.
Fonte: A Tribuna online/Fernanda Balbino
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