A definição de novos acessos e rotas de fuga no entorno dos terminais especializados em operações com granéis líquidos, no Porto de Santos, e a criação de um comitê permanente de crise para sinistros no Distrito Industrial da Alemoa estão entre as seis propostas apresentadas durante o workshop A Evolução dos Terminais de Líquidos, que aconteceu na terça-feira(8), em Santos.
O evento, promovido pela Associação Brasileira dos Terminais de Líquidos (ABTL), aconteceu na Associação Comercial de Santos (ACS), na última terça-feira(8). A previsão é de que, agora, outros seminários como este sejam realizados em todo o País. “O objetivo do workshop foi avaliar o cenário e tentar chegar a uma conclusão na busca pela melhoria da eficiência e da segurança dos terminais. Agora, vamos analisar todos os apontamentos e ver o que pode ser implantado em curto prazo”, destacou o presidente da ABTL, Ary Serpa Júnior.
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A necessidade de um novo acesso viário ao Porto ficou ainda mais evidente devido aos problemas enfrentados durante o combate ao incêndio que atingiu os tanques da Ultracargo, entre 2 e 10 de abril deste ano. Nesse período, o Viaduto da Alemoa e a Avenida Augusto Barata (Retão da Alemoa), que integram o único acesso rodoviário aos 38 terminais da Margem Direita do cais santista, ficaram bloqueados.
Por isso, a primeira conclusão do workshop foi a definição de um novo acesso à região e ainda a criação de uma rota de fuga, a ser usada em caso de acidentes causados pela operação ou ainda por desastres naturais.
Nesta possibilidade, também é importante a atuação de um comitê de crise, formado por empresas e autoridades. A ideia é que todos os atores saibam suas atribuições.
A terceira sugestão apresentada no evento é a definição de níveis de riscos e gravidade de ocorrências. Isto porque alguns problemas extrapolam os limites das instalações, do Município, do Estado e até do País, como no caso do incêndio da Ultracargo. Nesta ocasião, todo o líquido gerador de espuma, utilizado para combater as chamas, estocado no Brasil se esgotou.
A integração de todos os planos de emergência da região para que eles possam atuar no mesmo sinistro é a quarta necessidade apresentada no workshop. Em seguida, empresários destacaram a necessidade de instalação de hidrantes públicos no Distrito Industrial da Alemoa. A medida pode facilitar o combate inicial ao fogo.
Um projeto para garantir o abastecimento de tanques com água do mar é a sexta sugestão apresentada. A ideia é ter uma fonte infinita para o combate às chamas.
“O incêndio da Ultracargo foi um divisor de águas. Em manuais que tratam dos piores cenários de incêndio não estavam previstas as condições como ele aconteceu, que foi um terminal praticamente cheio em chamas”, destacou o tenente coronel do Corpo de Bombeiros, Eduardo Nocetti.
Fonte: A Tribuna online