Hidrovia promissora

O consórcio Ecoplan Engenharia-Petcon desenvolve, para a Administração das Hidrovias do Sul (AHSUL), estudos de viabilidade técnico-econômica e ambiental (EVTEA) e projetos básicos e executivos de engenharia para aproveitamento pleno da hidrovia Brasil-Uruguai. O contrato prevê a elaboração de projeto de sinalização de margens, balizamento, dragagem e derrocamento. Serão estudados os seguintes trechos navegáveis: Lagoa Mirim (190 quilômetros), Rio Jaguarão (40 quilômetros), Canal São Gonçalo (70 quilômetros), Lagoa dos Patos (240 quilômetros), Lago Guaíba (52 quilômetros), Rio Jacuí (255 quilômetros), Rio Camaquã (30 quilômetros), Rio Taquari (100 quilômetros), Rio dos Sinos (44 quilômetros), Rio Gravataí (15 quilômetros), Lagoa do Casamento (70 quilômetros), Rio Caí (75 quilômetros) e Bacia do Rio Uruguai (420 quilômetros). Para portos e terminais, os estudos abrangerão acessos terrestres, cais disponível para a carga e descarga hidroviária, atualização dos equipamentos e processos operacionais e a reforma portuária em curso no Congresso Nacional. Para embarcações, serão analisadas a frota existente, as alternativas de novas embarcações-tipo para os novos segmentos a serem implantados, as alternativas de utilização de embarcações fluvio-marítimas para operar também na cabotagem e linhas de financiamento destinadas ao fomento e modernização da frota. A ideia é criar condições para que a hidrovia possa ser trafegada em 90% do tempo relativo ao ano seco. O perfil do calado será de 2,5 metros mais 50 centímetros de folga, medida padrão das hidrovias interiores do país.

Recentemente, Brasil e Uruguai assinaram um acordo para o transporte fluvial e lacustre internacional de carga e de passageiros que com a reabertura da hidrovia pode baratear o frete dos produtos hoje transportados via Montevidéu, e favorecer o comércio internacional. A hidrovia faz parte do Corredor Multimodal que ligará Montevidéu a São Paulo e terá 2,2 mil quilômetros de extensão. Atualmente, a hidrovia é subutilizada, tem infraestrutura deficiente e poucos dados para a navegação. Os equipamentos são antigos e poucas rotas são economicamente viáveis.

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Atualmente, a AHSUL realiza reuniões comunitárias em cidades integrantes da hidrovia, para apresentar os projetos de melhoramentos previstos, colher impressões e sugestões das comunidades.

A Hidrovia abrange a região da Bacia da Lagoa Mirim, em território brasileiro, a Bacia da Lagoa dos Patos, o Lago Guaíba, a Lagoa do Casamento, os rios Jacuí, Taquari, Caí, Sinos, Gravataí, Camaquã, Jaguarão, Uruguai e Ibicuí, em território brasileiro e os rios Cebollati e Tacuary, no Uruguai, formando um eixo fundamental para o intercâmbio comercial entre o Brasil e o Uruguai.

Uma das alternativas previstas no projeto é que, no futuro, o rio Uruguai proporcione ligação hidroviária desde o rio Ibicuí e a cidade de São Borja aos portos de Nova Palmira, Montevidéu e Buenos Aires. Segundo os documentos preliminares que embasaram o Termo da Referência da licitação, “grande parte do volume de carga oriundo do Uruguai poderá ser transportado na hidrovia pela Lagoa Mirim e Rio Jaguarão. A partir dessa rota, os produtores uruguaios poderão alcançar o porto de Rio Grande, com saída através da navegação de cabotagem para os 8,5 mil quilômetros de costa brasileira, ou para a navegação de longo curso, visando aos mercados internacionais. No Uruguai, o início da implantação e operação dos terminais nos rios Tacuary e Cebollati depende do restabelecimento do canal de navegação na Lagoa Mirim”.

Outra proposta do projeto é ajudar a promover o desenvolvimento local, na medida em que a maioria dos municípios ribeirinhos possui diversas atividades ligadas às operações portuárias e de navegação. Entre estes o turismo e o lazer náutico. Estudos já realizados indicam que há migração crescente de atividades econômicas para as regiões Centro-Sul e Sul do Rio Grande do Sul e arredores e a hidrovia poderá ter um papel importante na logística de escoamento desta produção.

Nos setores da agricultura, pecuária e indústria, este volume se projeta com crescimento além da capacidade de transporte das rodovias. Um dos exemplos é o crescente plantio de soja e trigo na região, já atingindo uma área de aproximadamente 45 mil hectares.

Os recursos necessários para execução das obras estão contidos no PAC-2, que prevê investimentos de R$ 217 milhões nos próximos anos, para a implantação da parte brasileira da hidrovia. No caso do Uruguai, as obras não têm influência na Lagoa Mirim, que é o divisor de águas entre os dois países. Sabe-se que já estão sendo estudadas melhorias nos portos nos rios Tacuary e Cebolati, que estão em território uruguaio.



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