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Recentemente, Brasil e Uruguai assinaram um acordo para o transporte fluvial e lacustre internacional de carga e de passageiros que com a reabertura da hidrovia pode baratear o frete dos produtos hoje transportados via Montevidéu, e favorecer o comércio internacional. A hidrovia faz parte do Corredor Multimodal que ligará Montevidéu a São Paulo e terá 2,2 mil quilômetros de extensão. Atualmente, a hidrovia é subutilizada, tem infraestrutura deficiente e poucos dados para a navegação. Os equipamentos são antigos e poucas rotas são economicamente viáveis.
Atualmente, a AHSUL realiza reuniões comunitárias em cidades integrantes da hidrovia, para apresentar os projetos de melhoramentos previstos, colher impressões e sugestões das comunidades.
A Hidrovia abrange a região da Bacia da Lagoa Mirim, em território brasileiro, a Bacia da Lagoa dos Patos, o Lago Guaíba, a Lagoa do Casamento, os rios Jacuí, Taquari, Caí, Sinos, Gravataí, Camaquã, Jaguarão, Uruguai e Ibicuí, em território brasileiro e os rios Cebollati e Tacuary, no Uruguai, formando um eixo fundamental para o intercâmbio comercial entre o Brasil e o Uruguai.
Uma das alternativas previstas no projeto é que, no futuro, o rio Uruguai proporcione ligação hidroviária desde o rio Ibicuí e a cidade de São Borja aos portos de Nova Palmira, Montevidéu e Buenos Aires. Segundo os documentos preliminares que embasaram o Termo da Referência da licitação, “grande parte do volume de carga oriundo do Uruguai poderá ser transportado na hidrovia pela Lagoa Mirim e Rio Jaguarão. A partir dessa rota, os produtores uruguaios poderão alcançar o porto de Rio Grande, com saída através da navegação de cabotagem para os 8,5 mil quilômetros de costa brasileira, ou para a navegação de longo curso, visando aos mercados internacionais. No Uruguai, o início da implantação e operação dos terminais nos rios Tacuary e Cebollati depende do restabelecimento do canal de navegação na Lagoa Mirim”.
Outra proposta do projeto é ajudar a promover o desenvolvimento local, na medida em que a maioria dos municípios ribeirinhos possui diversas atividades ligadas às operações portuárias e de navegação. Entre estes o turismo e o lazer náutico. Estudos já realizados indicam que há migração crescente de atividades econômicas para as regiões Centro-Sul e Sul do Rio Grande do Sul e arredores e a hidrovia poderá ter um papel importante na logística de escoamento desta produção.
Nos setores da agricultura, pecuária e indústria, este volume se projeta com crescimento além da capacidade de transporte das rodovias. Um dos exemplos é o crescente plantio de soja e trigo na região, já atingindo uma área de aproximadamente 45 mil hectares.
Os recursos necessários para execução das obras estão contidos no PAC-2, que prevê investimentos de R$ 217 milhões nos próximos anos, para a implantação da parte brasileira da hidrovia. No caso do Uruguai, as obras não têm influência na Lagoa Mirim, que é o divisor de águas entre os dois países. Sabe-se que já estão sendo estudadas melhorias nos portos nos rios Tacuary e Cebolati, que estão em território uruguaio.