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Libra mantém armazenagem e deve cortar 50% dos funcionários

Após ser obrigado pela Justiça a manter as atividades no terminal da Ponta da Praia, o Grupo Libra confirmou, ontem, em audiência na 2ª Vara de Falências e Recuperações Judiciais do Tribunal de Justiça de São Paulo (TJ–SP), que vai reduzir o número de profissionais e encerrar, de fato, as operações de embarque, mantendo apenas o serviço de armazenagem alfandegada.

A sessão foi marcada após um comunicado da Libra aos trabalhadores sobre o fim das operações no próximo dia 28. A Justiça cobrou explicações à empresa, uma vez que ela entrou com um pedido de Recuperação Judicial, em julho de 2018, - para não decretar falência - e tem contrato de arrendamento vigente até maio de 2020.


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O diretor-presidente da Companhia Docas do Estado de São Paulo (Codesp), Casemiro Tércio Carvalho, participou da sessão onde também estavam dois diretores e advogados do Grupo Libra. Segundo a Autoridade Portuária, no encontro, que durou cerca de duas horas, o terminal reafirmou o fim dos embarques, mas disse que vai continuar armazenando carga.

De acordo com o contrato de arrendamento, a empresa deve movimentar ao menos 400 mil unidades de contêineres ao ano. Carvalho questiona, porém, quais caixas metálicas serão movimentadas diante da transferência das operações para outros terminais. “O que vou fazer na verdade é fiscalizá-la”.

Em nota, a empresa informou que manterá as atividades de armazenagem alfandegada no seu terminal e disse que, no prazo determinado, “apresentará em sua Recuperação Judicial o projeto de adequação de suas estruturas para essa nova fase”.

Empregos

Sobre os funcionários – são aproximadamente 800 –, Carvalho conta que os diretores do grupo confirmaram a necessidade de enxugar o quadro. Apesar de nada ter sido oficializado, falou-se em uma redução de 50%.

A Tribuna questionou o Grupo Libra sobre os empregos, mas o terminal portuário preferiu não se manifestar sobre a questão.

A empresa limitou-se a dizer que apresentou à Justiça “as explicações necessárias para esclarecer questões sobre o anúncio dos armadores mudando a operação de seus serviços da Libra para outro terminal no Porto de Santos”.

Sindicato move ação

Na última semana, o Sindicato dos Empregados Terrestres em Transportes Aquaviários e Operadores Portuários do Estado de São Paulo (Settaport), que representa aproximadamente 500 profissionais, informou ter entrado com uma ação trabalhista contra a empresa.

A decisão, de acordo com o presidente do Settaport, Francisco Nogueira, visa garantir os direitos dos trabalhadores.

Ele espera que a empresa mantenha os empregos até o encerramento do contrato de operação no terminal, o que permitirá a transição e o aproveitamento dos trabalhadores.

No dia 1º de abril, Nogueira esteve como os diretores da empresa, mas as conversas já não eram animadoras. “Nos passaram o pior dos cenários. Disseram que não terão operação a partir do dia 28 e não há como sustentar mil profissionais sem fazer nada no terminal”.

Fonte: A Tribuna

 






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