A perspectiva de incremento à economia de Itajaí é um dos maiores apelos da marina, que tem estreia marcada para esta terça-feira, quando recebe os barcos da Regata Jacques Vabre e os visitantes da Marejada 2015. Além da possibilidade de geração de empregos – para cada iate são pelo menos quatro novas vagas –, também há perspectiva de incremento ao turismo local, serviços e gastronomia.
— Recebemos no Estado muitos turistas que têm barcos e vêm sem, porque não há vagas em Santa Catarina — diz Mané Ferrari.
PUBLICIDADE
O barateamento das embarcações “de entrada” também aumenta as perspectivas de lucro. Hoje um iate de 20 pés pode custar entre R$ 70 e 80 mil, o preço de um carro sedan, o que tem atraído novos compradores e elevado o potencial do setor no país. A marina de Itajaí será a primeira no Estado a ter um forklift (equipamento que iça os barcos da água) com capacidade para até 75 toneladas. Isso significa que embarcações que antes precisavam ser levadas a Angra dos Reis (RJ) para reparos, por exemplo, agora podem ficar por aqui.
A estrutura também tem foco sustentável. Uma empresa do Bahrein foi responsável pela instalação de uma usina de geração de energia eólica na marina _ a primeira no Brasil a utilizar esse tipo de tecnologia, e há tratamento dos dejetos das embarcações, para destinação correta. A expectativa é que a Marina Itajaí receba, no futuro, a bandeira azul _ certificado que atesta os cuidados com a sustentabilidade. Os projetos de certificação estão a cargo do GT Náutico Catarinense.
Projeto inspira novas marinas
A área da marina pertence ao Porto de Itajaí, e foi concedida por meio de licitação. A empresa joinvillense Viseu poderá explorar o serviço por 25 anos, prorrogáveis por mais 25. Durante esse período, pagará um percentual sobre cada barco à autoridade portuária (a administração do Porto de Itajaí). Ao fim do período de concessão, toda a estrutura construída passa a ser patrimônio público.
Esse modelo diferenciado também interfere na negociação das vagas: como se trata de área pública, elas não são vendidas, mas alugadas por um determinado período. A maioria dos contratos prevê o uso por 10 anos.
A entrega da área para a iniciativa privada e a necessidade de aterro para que a marina saísse do papel foram alvos de críticas no início da obra, em 2012. O Ministério Público Federal também chegou a entrar com uma ação na Justiça por danos ambientais. Apesar dos primeiros entraves, porém, o projeto acabou servindo de modelo para que outras cidades se arriscassem em propostas semelhantes, como Porto Belo, Itapema e Florianópolis.
— Já vínhamos trabalhando na necessidade de infraestrutura náutica para permitir o crescimento do setor, e a mar
Fonte: O SOL DIÁRIOe/DAGMARA SPAUTZ