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Mercado identifica nova onda de investimentos

O mercado brasileiro de logística integrada está, novamente, na mira de grandes grupos internacionais. O anúncio oficial da chegada da FM Logistic, via aquisição da americana McLane, e rumores de que mais quatro grandes negócios podem ser anunciados no curto prazo sinalizam a atratividade da área para operadores logísticos internacionais. Os estudos em andamento seriam de duas empresas europeias, uma americana e outra de país emergente.

"Os negócios na Europa e nos Estados Unidos estão parados e o Brasil é uma grande oportunidade", analisa João Guilherme Araújo, diretor do Instituto de Logística e Supply Chain (Ilos), consultoria bastante procurada para assessorar projetos para investimento estrangeiro. Segundo ele, há sondagens desde investimentos pesados, de grupos financeiros, até volumes menores, que podem ser de capital próprio ou apoiados por instituições financeiras nos países de origem.

Segundo Araújo, essa nova onda de investimentos no segmento logístico está se formando basicamente de duas formas: ou a fornecedora de logística chega pela mão do cliente estrangeiro que atua no Brasil, ou ela adquire empresa já instalada, o que significa começar com uma carteira de clientes pronta. "Há o reconhecimento de que o mercado brasileiro é difícil", diz.

A FM Logistic não informa o valor da aquisição tampouco a origem dos recursos investidos. Mas deixa clara a importância que a operação brasileira terá em sua carteira. "Em cinco anos, a unidade será a maior do grupo fora da Europa", diz Michèle Cohonner, diretora geral da empresa brasileira. A intenção é que o faturamento chegue a 15% do total da companhia. O crescimento virá da conquista de novos clientes e de eventuais compras de operadoras locais.

Em 2012, a FM Logistic faturou €886 milhões em operações que envolveram 50 milhões de paletes recebidos e expedidos, 900 milhões de kits montados e 550 mil veículos carregados, em uma área operacional de 2,5 milhões de m2. Para 2013, a expectativa é ultrapassar € 1 bilhão, incluindo todas as operações que mantém em doze países, principalmente na Europa e na China, onde emprega mais de 17,3 mil colaboradores.

Especialista em armazenagem, transporte, co-packing (manuseio e embalagem) e gestão de supply chain (logística integrada), a FM Logistic herda da McLane quatro unidades operacionais, sendo duas em São Paulo, uma no Rio de Janeiro e uma no Rio Grande do Sul, com área total de 200 mil m2, onde trabalham 1.150 funcionários. A McLane estava no Brasil desde 1997, e teve faturamento de € 47 milhões em 2012.

A diretora geral da FM Logistic informa que trabalhará com equipe de profissionais brasileiros. "A única estrangeira sou eu", diz Michèle. Ela considera como maiores desafios a formação e a qualificação contínua do pessoal, a tributação brasileira e, por fim, conseguir efetivamente agregar valor aos clientes.

Jean François Ambrosio, conselheiro da comissão de infraestrutura e logística da Ubifrance (agência do governo francês para o desenvolvimento internacional das empresas francesas), destaca que o mercado brasileiro de logística amadureceu nos últimos dez anos, passando de um modelo regional, com baixa atratividade aos investimentos internacionais, para operações nacionais, que atraem pela possibilidade de ganho em escala. Além disso, o ritmo acelerado de crescimento do e-commerce abre oportunidades para o setor.

Segundo Jean-François, os investimentos na operação logística, até agora, não incluem o transporte devido à ainda baixa profissionalização do setor, pulverização das operações e deficiências da infraestrutura. No entanto, ele esclarece que as duas maiores francesas do setor que estão no Brasil, ID Logistic e FM Logistic, também têm operações de transportes em outros países. "O desenho operacional que prevalece até agora pode mudar com o tempo e experiência no mercado nacional", diz.

A ID Logistic está no Brasil há doze anos, com crescimento superior a 25% nos últimos cinco anos. A filial brasileira corresponde a 15% das atividades do faturamento do grupo, que chegou a € 560 milhões em 2012, provenientes de atuação em 14 países na Europa, América Latina, Ásia e África, onde emprega 12,3 mil colaboradores. Segundo Eric Hemar, CEO do grupo, o resultado do segundo trimestre de 2013, de € 160,6 milhões, foi impulsionado "principalmente pelo crescimento nos emergentes, especialmente Brasil, Argentina, África do Sul e Polônia".

Fonte: Valor Econômico/Carmen Lígia Torres | Para o Valor, de São Paulo






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