A digitalização é uma das pedras fundamentais para a reconstrução e modernização das operações do Porto de Beirute, de acordo com uma nova nota do Banco Mundial que visa fornecer orientação aos formuladores de políticas sobre os requisitos cruciais para a reconstrução.

A nota intitulada “Reforma e reconstrução do setor portuário do Líbano: políticas e soluções para digitalizar o Porto de Beirute” descreve os princípios-chave para o projeto e implementação de soluções de comércio digital. Ela explica a necessidade de digitalização, descreve os blocos de construção do ambiente habilitador necessário e apresenta os obstáculos crônicos à mudança e as possíveis soluções para enfrentá-los.

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Desenvolvida em colaboração com a Agence Française de Développement (AFD), esta nota aprofunda a agenda de digitalização delineada na primeira nota sobre a reforma institucional do setor portuário do Líbano publicada pelo Banco Mundial em janeiro de 2021.

A resiliência do setor portuário libanês tem se mostrado baixa. O impacto da crise econômica em curso, a pandemia da Covid-19 e a explosão do Porto de Beirute traumatizou o setor e expôs suas fraquezas e incapacidade de prever, identificar e responder aos riscos externos.

A esperada lenta recuperação do setor provavelmente agravará a carga sobre a economia, enquanto os custos de oportunidade são elevados e a concorrência com outros portos na região do Mediterrâneo Oriental deve se intensificar.

A nota argumenta que a digitalização do Porto de Beirute irá gerar efeitos colaterais positivos na economia libanesa. A sua implementação irá reforçar as práticas anticorrupção e aumentar a confiança das pessoas nas organizações governamentais.

Também ajudará a reduzir os custos comerciais e a burocracia, permitindo que mais pequenas e médias empresas participem do comércio internacional. A digitalização do porto tornaria os movimentos de substâncias perigosas mais transparentes e permitiria a identificação de níveis perigosos.

Também melhoraria a eficiência, eficácia e previsibilidade dos serviços de logística. Por fim, a digitalização melhoraria a supervisão regulatória e a tomada de decisões por meio da análise de big data e da geração de novos indicadores-chave de desempenho e inteligência de negócios.

“A tecnologia em rápida evolução está criando as portas digitais do futuro e o Líbano não deve ser deixado de fora ”, disse Saroj Kumar Jha, diretor regional do Banco Mundial. “Através de uma abordagem de todas as partes interessadas, o Líbano deve promulgar imediatamente uma estrutura institucional portuária especial para reformar o setor portuário e lançar o processo de transformação em direção a uma atualização tecnológica estruturada e sistemática do Porto de Beirute para apoiar a recuperação econômica do Líbano.”

A Nota propõe um plano de ação de digitalização composto por três pilares que garantam que as considerações de política vão além da arquitetura tecnológica e incluam a estrutura econômica e as dimensões da capacidade humana.

O primeiro é o pilar institucional que visa fortalecer o ambiente digital libanês e envolve reformas na estrutura legislativa e operacional para a facilitação do comércio, melhor conformidade de fronteira e infraestrutura digital nacional adequada. Isso inclui a adoção de nova lei aduaneira e a reestruturação da administração aduaneira em uma organização de “uma cabeça, um corpo”.

O segundo é o pilar digital, que preconiza a implementação de três soluções digitais portuárias, nomeadamente as soluções digitais “janela única marítima”, “sistema comunitário portuário” e “janela única nacional”, que permitem a troca de informações inteligentes e seguras entre as partes interessadas públicas e privadas.

Finalmente, o pilar do capital humano, que garante que a capacidade necessária esteja disponível tanto no setor público quanto no privado.