O terminal graneleiro do Porto de São Francisco do Sul recebeu habilitação do Ministério da Agricultura do Brasil para embarcar milho à China.
A certificação, feita pelas autoridades brasileiras em parceria com a China, garante que o terminal portuário cumpre exigências como quarentena, transporte, armazenamento e processamento adequado do cereal.
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A China começou a aceitar embarques brasileiros de milho no final do ano passado, após o aumento das tensões com os Estados Unidos, seu principal fornecedor do grão.
Cobrou, no entanto, uma certificação especial do Ministério da Agricultura, cujos representantes visitaram o Porto de São Francisco, no início de maio, conferindo as condições fitossanitárias do Terminal Graneleiro.
Agora, o registro aprovado será enviado à Administração Geral de Alfândegas da China, que oficializará a permissão de exportação de milho a partir do porto catarinense.
Para o presidente do Porto, Cleverton Vieira, a habilitação do Terminal Graneleiro, administrado pelo Porto, é uma grande conquista.
“Graças aos melhoramentos feitos nos últimos meses e atendendo às orientações do governador Jorginho Mello, atingimos todos os níveis de qualidade determinados pela China que, com a compra de milho aumenta a sua parceria econômica com Santa Catarina, consolidada há anos com a exportação de soja”.
Desde o início do ano, a administração do Porto está investindo R$ 10 milhões em obras no Terminal Graneleiro. As melhorias incluem a revitalização da linha férrea, ampliação da balança rodoviária para atender caminhões maiores e a recuperação das vias internas, com a implantação de pavimento rígido, adequado à intensa circulação de veículos pesados no recinto.
Em razão desse investimento, nos primeiros quatro meses de 2023 o Terminal Graneleiro alcançou um novo recorde: recebeu 586 mil toneladas de grãos, principalmente, soja.
O número representou um aumento de 22% em relação ao mesmo período do ano passado, quando foram recebidas 481 mil toneladas.
Retrospectiva
Historicamente, entre os maiores compradores de milho embarcados pelo Porto de São Francisco estão Egito, Irã, Espanha e Japão.
Apesar de o Brasil ser o segundo maior exportador mundial de milho, a exportação para China foi quase nula nos últimos anos, já que o país é rigoroso quanto a riscos de doenças e pragas.
A China, entretanto, compra a maior parte da soja do Brasil que, junto ao milho, é o principal insumo para a ração animal usada na alimentação de seu rebanho suíno.