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Porto do Sudeste da MMX traz solução para dívida

Após duas madrugadas consecutivas de negociações, a EBX fechou ontem de manhã um acordo preliminar para solucionar o caso da MMX. A estrela da operação, como já se esperava, foi o Superporto do Sudeste, avaliado em aproximadamente R$ 4,5 bilhões.

O Valor apurou que o acerto final do negócio depende de uma renegociação das dívidas com os principais credores da MMX - Itaú, Bradesco e BNDES.

Pelo combinado, a trading holandesa Trafigura e o fundo de Abu Dhabi Mubadala ficarão com 65% - o controle, portanto - do Superporto do Sudeste, que é uma subsidiária da MMX. Conforme o Valor apurou, as principais definições entre o empresário Eike Batista e os novos sócios já foram feitas. Ontem à noite, havia uma reunião no BNDES para apresentação do tema.

Ficou acordado que Trafigura e Mubadala colocarão US$ 400 milhões de dinheiro novo no porto. Além do aporte, os novos sócios devem ficar com as dívidas do porto e também as relativas à mina do Sudeste (Minas Gerais), num total da ordem de R$ 3,4 bilhões.

Assim, a assunção do controle do Superporto do Sudeste é resultado desses arranjos.

A MMX, que continuará controlada por Eike, eliminaria, portanto, suas principais dívidas. A companhia ficaria dona da mina do Sudeste, produtora de 7 milhões de toneladas ao ano de minério, sem as dívidas, e mais 35% do porto. A ação da empresa fecharam em queda de 17,10%, cotada a R$ 1,89.

O Superporto começou a ser construído no fim de 2010 e está na fase final. A previsão era que entrasse em operação em 2014.

Trafigura e Mubadala têm exclusividade de negociação com a MMX por quatro semanas, após esse acordo preliminar.

Quando o grupo EBX entrou em colapso, as empresas somavam uma dívida de aproximadamente R$ 25 bilhões.

As soluções encontradas para MPX e o acerto próximo, mas ainda pendente, de MMX, eliminam quase R$ 9 bilhões desse total. Isso sem contar a definição do negócio com a LLX e a americana EIG, que pode reduzir os compromissos acumulados pelo grupo em mais R$ 2 bilhões.

No fim de agosto, a reestruturação da EBX foi assumida pela Angra Partners e seu sócio fundador, Ricardo Knoepfelmacher, está pessoalmente coordenando as soluções de cada empresa operacional do grupo. As estratégias já adotadas indicam que o objetivo é vender os ativos e, com isso, transferir as dívidas dos negócios.

A definição de MMX é considerada um dos mais importantes passos da reorganização do grupo, pois é sinaliza aos credores que existem soluções possíveis.

Na transação com Trafigura e Mubadala, Eike ainda deve conseguir assegurar para si um fluxo da ordem de US$ 110 milhões ao ano. O dinheiro virá do recebimento de royalties pelo funcionamento do porto, da ordem de US$ 5 por tonelada embarcada. O porto, a plena capacidade, poderá transportar 50 milhões de toneladas por ano.

Os royalties serão pagos aos donos dos papéis MMXM11, negociados na BM&FBovespa. Ontem, a perspectiva de conclusão do porto fizeram os títulos disparar no pregão - fechando em alta de 11,67%, para R$ 2,68.

Eike é detentor de 67% desses papéis. No acordo com os novos sócios, dividirá essa fatia igualmente. Assim, ele, Trafigura e Mubadala ficariam, cada um, com 22,3% dos papéis. Os 33% restantes estão dispersos no mercado.

Atualmente, os títulos MMXM11 estão registrados na MMX como um passivo de R$ 1,9 bilhão. Mas esse compromisso também será assumido pelos novos controladores do porto.

Também ficou acertado que a MMX terá direito de embarcar 7 milhões de toneladas ao ano pelo porto (a produção da mina). Esse montante poderá chegar a 13 milhões de toneladas ao ano.

Caso o empresário não venda a mina, ele ficará com o direito desse tráfego mesmo após o esgotamento da produção - previsto para ocorrer dentro de quatro ou cinco anos. E poderá utilizar isso como uma espécie de "trading".

Até o fechamento desta edição, ainda não havia uma definição sobre a venda das ações da MPX detidas por Eike. Ele têm ainda 25% dos papéis da empresa e confirmou estar negociando a alienação desses papéis. A expectativa, contudo, é de que os interessados - principalmente fundos de "private equity" - ofereçam um valor considerado muito baixo pelos papéis.

Essas ações estão integralmente comprometidas como garantia ao banco Itaú. Assim como no caso da MMX, a transação, portanto, não geraria recursos para o bolso do empresário.

Fonte: Valor Econômico/Graziella Valenti e Francisco Góes | De São Paulo e do Rio






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