Executivos da Companhia Docas do Estado de São Paulo (Codesp) e empresários do Porto de Santos vão se reunir, nesta semana, para definir a contratação da nova fase do estudo sobre os impactos da dragagem do cais santista. Nesta etapa, será avaliada a viabilidade de se aprofundar, para até 17 metros, o canal de navegação do complexo marítimo.
Em paralelo, a estatal que administra o Porto de Santos analisa o primeiro relatório sobre os impactos da dragagem no meio ambiente regional. Esses estudos são elaborados por pesquisadores da Escola Politécnica da Universidade de São Paulo (USP), sob a coordenação de especialistas nas engenharias Naval, Oceânica, Civil e Mecatrônica. O Instituto Nacional de Pesquisas Hidroviárias (INPH), órgão subordinado à Secretaria de Portos (SEP), também atua nos trabalhos, que têm a consultoria do professor Gilberto Fialho, da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ).
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Nesta primeira etapa, a instituição produziu um relatório, em atendimento a um acordo firmado com o Ministério Público Federal (MPF), em agosto.
Havia a suspeita de que a dragagem fosse a principal causa da erosão nas praias de Santos. Por isso, o órgão pediu, na Justiça, a restrição do alargamento do canal de acesso ao Porto. Em uma audiência de conciliação, a Docas se comprometeu a contratar um estudo para avaliar os impactos ambientais da obra.
Questionada, a Docas, através de sua assessoria de imprensa, informou que analisa o relatório da USP. No entanto, não informou desde quando, nem o prazo para a conclusão desta avaliação e seu posterior encaminhamento ao MPF.
Empresários da região querem analisar a viabilidade de aprofundar o canal de navegação para 17 metros
No ano passado, durante a gestão do então presidente Angelino Caputo e Oliveira, a Codesp chegou a cogitar a hipótese de incluir outras etapas no estudo. Essas frentes, que têm como objetivo avaliar a possibilidade de aprofundar o canal até a marca de 17 metros, seriam custeadas por empresários do Porto de Santos, através da iniciativa Santos 17.
Os principais itens a serem avaliados são as interferências ambientais (eventuais impactos do aprofundamento na erosão das praias da região) e a viabilidade financeira da obra (o montante de recursos necessários para a manutenção das profundidades). Segundo especialistas, quanto mais profunda for a via navegável, maiores serão os esforços para evitar o assoreamento (deposição de sedimentos) no canal do Porto.
No entanto, após a posse do atual diretor-presidente da estatal, José Alex Oliva, a possibilidade de participação dos empresários no custeio dessa fase dos estudos foi reavaliada. Essa questão deve ser definida na próxima semana.
Para a realização dos estudos da dragagem, estão previstos a construção de modelos físicos do Estuário de Santos e o desenvolvimento de modelos matemáticos (virtuais). Também serão implantados, pelo menos, dois tanques, para o estudo de correntes marítimas e a manobrabilidade e a amarração dos navios.
Fonte: A Tribuna online