Depois de anunciar uma capitalização de R$ 2,6 bilhões na última quinta-feira (7), a Rumo ALL está prestes a receber uma linha de crédito de R$ 2,8 bilhões do BNDES para tocar seus projetos de expansão. Como resultado, na sexta-feira, as ações da companhia férrea encerraram com forte valorização, de 20,37%, cotadas a R$ 3,25, a maior alta do Índice Ibovespa.
Em documento enviado à Comissão de Valores Mobiliários em 28 de março, a Rumo ALL informou que havia expectativa de que o comitê do banco de fomento poderia abrir a linha de crédito à empresa, condicionada à renegociação das dívidas e ao aumento de capital. Pelo documento, o BNDESPar, braço de participações do BNDES, poderia aprovar linha de credito de até R$ 1,5 bilhão e participação de ate R$ 300 milhões em emissão de debêntures conversíveis (títulos da dívida). Mais R$ 1 bilhão poderia ser liberado pelo BNDES.
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Procuradas pela reportagem, a Rumo e o BNDES não comentaram o assunto.
Em relatório ao mercado, o Brasil Plural vê o aumento de capital e o financiamento do BNDES como dados positivos. Com essas operações, os juros dos novos financiamentos com os bancos deve cair. “Os problemas de balanço e financiamento do capex (investimento) acabaram de vez”, avaliou o banco.
A capitalização da companhia foi a maior realizada por uma empresa brasileira nos últimos dois anos, com grande adesão de investidores estrangeiros.
Resultado da fusão entre América Latina Logística (ALL) e Rumo, a companhia férrea possui cerca de 12 mil quilômetros de extensão, ligando especialmente as zonas produtoras da região Centr-Oeste com o Porto de Santos, e é principal responsável pelo escoamento de grãos por trilhos.
Para analistas do Credit Suisse, com a questão da liquidez equacionada, “o foco agora deve ficar mais em cima da renovação da concessão por parte do regulador”, disseram os analistas do banco.
Fontes de mercado afirmaram que a extensão do prazo de concessão da Rumo ALL está em negociação e poderá ter um desfecho positivo em breve.
Antes da conclusão da fusão, a ALL tinha sido alvo de vários processos por descumprimento de contratos e estava com a malha ferroviária sucateada.
A expectativa, agora, com a capitalização e linhas de crédito do BNDES, é de que a companhia comece a renovar sua frota de vagões, locomotivas e a fazer melhorias da malha.
Fonte: Tribuna Online