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Sinal amarelo para balança de serviços

Pode-se acusar a imprensa de ser negativista, mas jamais de esconder a verdade. Se há algo que preocupa, são os números do relacionamento do Brasil com o exterior, a começar pelos seguidos recordes (negativos) batidos com o gasto de turistas no exterior, em contraposição a minguada entrada de estrangeiros. Em fretes, algo pior acontece: como o país não tem sequer um navio de bandeira nacional nas rotas externas, tudo é transportado por embarcações estrangeiras, ou seja, há um déficit grande e, pior, crescente.

Em 2011, o déficit de serviços foi de US$ 37,9 bilhões e, em 2012, subiu para US$ 41,1 bilhões. O detalhamento mostra: aluguel de equipamentos - US$ 18,7 bilhões negativos; turismo - US$ 15,6 bilhões no vermelho; transportes - US$ 8,8 bilhões, igualmente negativos; computação e informação - US$ 3,8 bilhões de perda; e, em serviços governamentais, déficit de US$ 1,4 bilhão. Não é à toa que, no ano passado, o país teve déficit de US$ 54,246 bilhões em suas transações correntes com o exterior, o equivalente a 2,4% do Produto Interno Bruto (PIB); esse valor é quase US$ 2 bilhões acima da perda de 2011. Afinal, só de remessa de lucros e dividendos, foram enviados ao exterior US$ 24,2 bilhões - total inferior ao número estratosférico de 2011, de US$ 38,1 bilhões, mas ainda assim relevante.

E como é coberto o déficit em conta corrente? Com o ingresso de Investimento Estrangeiro Direto (IED), que foi de US$ 65,2 bilhões em 2012. Só que esse investimento pertence a terceiros e tanto vai gerar juros, dividendos e royalties, como um dia poderá voltar para as matrizes. Assim, o déficit é coberto com o IED, que é uma espécie de empréstimo, pois trata-se de dinheiro que não pertence ao país. Se há algo concreto, este é o saldo do comércio exterior. Em 2012, a exportação, de US$ 242 bilhões, gerou um superávit de US$ 19,4 bilhões, dinheiro que vai direto para os cofres da nação. O resultado é positivo, só que 34% inferior ao saldo obtido em 2011. Assim, pode-se dizer, com exatidão, que o setor externo da economia, que tem ficado fora do noticiário, também preocupa à sociedade.

Rio portuário

Com agricultura inexistente e indústria mediana, o Rio de Janeiro viveu, até 1960, como sede da burocracia federal. Com a transferência da condição de capital para Brasília, a região ficou à procura de uma identidade. Durante certo tempo, a construção naval foi um dos pilares da economia, mas depois entrou em crise. Mais recentemente, o Rio passou a viver de petróleo, contando com ressurgimento da construção naval e melhor exploração de sua costa, não só para turismo, como para abrigar importantes portos.

Rio e Itaguaí são os dois baluartes, mas o estado conta com uma série de portos importantes, entre os quais os especializados em minério e os de petróleo. Embora se defronte com problemas, o grupo de Eike Batista está concluindo o porto Sudeste, ao Sul da capital fluminense, e o Porto do Açu, no Norte do Estado. A CSN está expandindo Itaguaí e, no Rio, Libra e Multiterminais conseguiram renovação antecipada de concessões e prometem investir R$ 1 bilhão para ampliar o cais.

Mas vem mais por aí. A Triunfo Logística vai adaptar o porto do Forno, em Arraial do Cabo, para receber para plataformas de petróleo; o porto de Maricá, da DTA Engenharia, está em fase de aprovação ambiental e deverá ser um elo para o a nova refinaria da Petrobras, o Comperj; em Macaé, a gigante Queiróz Galvão anuncia porto com amplo píer projetado em direção ao mar; no Rio, fala-se em ampliar o porto com o uso das ilhas do Pombeba e Santa Bárbara - uma espécie de Barnabé-Bagres (de Santos) em miniatura.

Para o sucesso desses empreendimentos, é fundamental a conclusão do arco rodoviário, via de 140km que pretende ligar Itaboraí - ou seja, as proximidades do Comperj - a um ponto da Via Dutra próximo ao porto de Itaguaí. A conclusão do arco estava prevista para 2012, e não se pode afirmar quando estará pronto. Paralelamente ao arco, o Governo Federal negocia melhorias na subida da BR-040 - Rio-Juiz de Fora, entregue à Concer - e na descida da Serra das Araras, na Dutra, explorada pela CCR. No momento, há um impasse para investimentos por parte de CCR e Concer.

Syndarma

Após quase cinco anos no cargo, Roberto Galli deixou a vice-presidência executiva do Sindicato Nacional das Empresas de Navegação Marítima (Syndarma). Seu substituto é Luis Fernando Resano, que atuava na Associação Brasileira de Terminais Portuários (Abtp). Galli continua no Syndarma, atuando na área de relações institucionais.

Acordo à vista

A Medida Provisória dos Portos, a 595, é mais um fiasco na conta do governo. O empresário Jorge Gerdau apontou alguns absurdos a Dilma Rousseff e esta mandou a Casa Civil redigir um texto duro para substituir a Lei dos Portos, a 8630/93. Só que a lei anterior resultou de debates, a partir de projeto de lei e a MP de Dilma virou direito positivo tão logo publicada no Diário Oficial.

Diante da grita geral, - com destaque para ação decisiva de Paulinho, da Força Sindical - o Palácio do Planalto aceitou dialogar, só que, como a MP já é lei, os opositores à norma estão com espada de Dâmocles sobre suas cabeças. A qualquer momento o governo pode declarar que vai parar de negociar e mandar a base aliada votar a favor, mesmo sabendo ser o texto absurdo.

Fonte: Monitor Mercantil / Sérgio Barreto Motta






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