Manaus - Por ano, o Sindicato das Empresas de Navegação do Amazonas (Sindarma) registra um prejuízo de mais de R$ 100 milhões com roubos e furtos praticados em embarcações que transportam mercadorias do Polo Industrial de Manaus (PIM) e em barcos de recreio (que levam passageiros) e combustíveis, segundo o presidente da instituição, Dodó Carvalho.
De acordo com o secretário de Estado de Segurança (SSP), Sérgio Fontes, a Polícia Civil (PC) dispõe de apenas uma Delegacia Fluvial, que, segundo ele, ainda não apresenta um contingente de policiais suficiente.
O presidente do Sindarma explicou que, de todos os casos, o que mais causa prejuízo ao setor é o furto de combustíveis. Segundo ele, o valor causado por esse tipo de crime gira em torno de R$ 40 milhões, por ano. Logo depois, aparecem os roubos de cargas e, em seguida, os casos relacionados ao transporte de passageiros, onde os suspeitos, chamados de ‘piratas’, invadem a embarcação e roubam a tripulação.
Em maio deste ano, uma balsa de 400 toneladas, que estava atracada a uma boia no Rio Negro, no Santo Antônio, na zona oeste de Manaus, foi furtada. A embarcação, denominada ‘Golfinho 7’, estava avaliada em R$ 300 mil e pertence a uma empresa de navegação que atua com o transporte fluvial de combustíveis e carga em geral. De acordo com Dodó, até hoje, a embarcação não foi encontrada.
Dodó destacou que, principalmente em relação aos casos de furto de combustível, existem suspeitas de que alguns tripulantes estejam envolvidos nos crimes. No entanto, são informações ainda não comprovadas. “Isso ocorre durante o trajeto e quando estão muito distantes de Manaus. Eles não podem parar uma viagem ou voltar para Manaus para registrar o ocorrido. Isso muitas vezes nos deixa sem estatísticas para apresentar para a Secretaria de Segurança”, disse Carvalho.
Locais de Incidência
De acordo com o presidente do Sidarma, Dodó Carvalho, os furtos e roubos em embarcações de passageiros acontecem, principalmente, nos trechos dos municípios de Iranduba, Manacapuru, Codajás e, nas proximidades, de Coari. Ele explicou que são roubados motor de popa, canoas, voadeiras e tudo o que possa ser revendido pelos criminosos. “E isso acontece nas linhas maiores, ou seja, aquelas que transportam um número maior de passageiros”, destacou ele.
Em relação ao furto de combustível, que é o que tem gerado maior prejuízo ao setor, são frequentemente registrados nas proximidades de Novo Remanso até o Paraná da Eva, seguindo no início da Boca do Rio Madeira e por toda a extensão desse rio, chegando à cidade de Manicoré até Porto Velho, já em Rondônia. Nesses últimos trechos, segundo o presidente do sindicato, a incidência é ainda mais acentuada por causa da existência dos locais de garimpo. “Nesses locais não tem a presença da polícia”, afirmou.
Já os roubos em embarcações que transportam cargas com produtos escoados do PIM, segundo Dodó, não são registrados com frequência no Amazonas, ocorrem em maior proporção nas cidades de Juruti, Óbidos e na região do Estreito de Breves, todos no Estado do Pará. “Nós temos buscado apoio junto à Secretaria de Segurança, que se comprometeu em nos ajudar, mas temos uma extensão muito grande e, em certos pontos, não vemos a presença da polícia”, reforçou Dodó.
Fonte:Carla Albuquerque - DEZ Minutos
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