A VLI concluiu seu primeiro embarque de DDGS (grãos secos de destilaria com solúveis), um derivado do etanol de milho usado na suplementação nutricional pecuária. Entre os dias 2 e 7 de novembro, foram carregadas cerca de 45 mil toneladas do produto, produzido pela Inpasa, maior biorrefinaria de etanol de grãos da América Latina. Este embarque marca a entrada da companhia neste mercado, com a previsão de movimentar cinco navios até o final do ano, totalizando 200 mil toneladas com destino ao mercado asiático.
O Brasil é um dos maiores produtores globais de DDGS, com a produção estimada em 4 milhões de toneladas para a safra 2024/25, segundo a União Nacional do Etanol de Milho (Unem), representando um aumento de 31,6% em relação ao ciclo anterior. Deste total, de 800 mil a 1 milhão de toneladas devem ser destinadas à exportação.
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A carga, oriunda de Sinop (MT), foi transportada pela VLI em um esquema multimodal, envolvendo o transporte ferroviário desde o Terminal Integrador de Araguari (MG), passando pela Ferrovia Centro-Atlântica (FCA) e Estrada de Ferro Vitória-Minas (EFVM), até o Terminal de Produtos Diversos 3 no Complexo de Tubarão, em Vitória (ES). O terminal utiliza um sistema integrado de recepção, manuseio, armazenagem e embarque, com um píer de 300 metros para grãos.
O diretor de Ooerações do Corredor Leste da VLI, Daniel Schaffazick, destacou o crescimento recente da produção de DDGS no Brasil e projetou que o segmento poderá alcançar 10 milhões de toneladas até a safra 2031/32, com 25% a 30% destinadas à exportação. Ele ressaltou que a entrada da VLI no mercado de DDGS faz parte de uma estratégia para acompanhar o aumento de cargas previsto no Corredor Leste, cuja concessão da Ferrovia Centro-Atlântica está em processo de renovação. Estudos indicam um crescimento de 63% no volume movimentado no Espírito Santo nas próximas décadas. O Corredor Leste, que conecta Minas Gerais ao Espírito Santo, é um eixo logístico estratégico para a exportação de grãos e movimentação de cargas como carvão e fertilizantes. A VLI movimenta anualmente cerca de 16,7 milhões de toneladas em ferrovias e 16,2 milhões em portos capixabas, consolidando-se como um dos principais operadores logísticos da região.