SÃO PAULO - A Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos apoia os incentivos para a indústria local, com aumento de compras governamentais de máquinas e tratores, mas alerta que é preciso exigir conteúdo nacional dentro das aquisições. "As fabricantes precisam firmar um compromisso de conteúdo local. Há três ou quatro fabricantes de tratores, mas o governo precisa exigir esse compromisso", afirmou Luiz Aubert Neto, presidente da Abimaq.
O executivo acredita que o anúncio oficial de ontem, quarta-feira, deve conter o processo de demissão enfrentado pelo setor. "Acho que dá para parar de demitir até o final do ano." Na avaliação de Aubert Neto, não há efeito no curto prazo, pois as compras do governo levam um tempo para serem licitadas e devem trazer algum impacto a partir de outubro. Além disso, a maioria de grandes máquinas é feita sob encomenda.
Conforme dados divulgados mais cedo pela Abimaq, o número de pessoas empregadas caiu 0,4% em maio na comparação com abril. Aubert Neto destaca que, desde outubro de 2011, o setor já fechou 5.422 postos de trabalho.
TJLP
Para o presidente da Abimaq, a redução da taxa de juros de longo prazo (TJLP), de 6% para 5,5% ao ano, também divulgada mais cedo, é uma notícia "excelente para os investimentos", ressalvando outra vez que esse corte de juros terá reflexos no médio e longo prazos. "Isso tudo é efeito da crise. A crise é a grande estadista do momento", brincou, realçando que o esforço do governo para desonerar empresas e reduzir juros está associado ao momento conturbado da economia mundial.
Argentina
As vendas de máquinas e equipamentos do Brasil para a Argentina estão sentindo os efeitos das restrições impostas pelo país vizinho aos produtos do País. De acordo com a Abimaq, o setor registrou entre janeiro e maio deste ano uma queda de 28,8% nas vendas para a Argentina, que somaram US$ 425 milhões.
Fonte:BIANCA RIBEIRO - Agencia Estado
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