O setor de máquinas e equipamentos deve encerrar o ano com queda no faturamento entre 18% e 20%, sendo mais provável que a variação fique na ponta maior. A estimativa foi dada ontem pelo diretor de competitividade da entidade, Mário Bernardini. Trata-se de uma visão menos otimista do que a que a entidade tinha cerca de dois meses atrás, quando, no cenário mais otimista, falava em queda de 7,5%. A nova projeção de redução ainda representa uma melhora no desempenho que o setor vem reportando até agora. Os fabricantes de bens de capital mecânicos já acumulam redução de 27,3% no faturamento de janeiro a agosto - para um total de R$ 45 bilhões.
O presidente da associação, João Marchesan, diz que a situação do setor não chega a apresentar melhora da crise, "mas parou de piorar". Para 2017, a entidade trabalha com expectativa de leve alta, mas nada muito acima de 2% a 3%, segundo Bernardini.
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A tendência é de estabilidade com oscilações e a entidade prevê um ensaio de retomada já para o segundo semestre deste ano, caso o governo seja capaz de levar adiante a PEC do teto de gastos e mantenha a sinalização sobre a reforma da previdência. "A tendência é de retomar", diz Marchesan, que reforça que a entidade tem levado para o governo as demandas dos fabricantes de máquinas, dentre elas uma repactuação dos débitos da empresa com o Fisco e incentivos para a indústria nacional nas concessões.
A expectativa é de que haja demanda por máquinas e equipamentos a partir do próximo ciclo de investimentos, mas apenas dentro de um ano a um ano e meio. O diretor de competitividade da Abimaq ainda pondera que se essa demanda vai ser aproveitada pela indústria brasileira ou por estrangeiros vai depender do câmbio e do acesso a financiamento. "Se o dólar estiver a R$ 4, eu ganho, se estiver a R$ 2, eu perco", disse Bernardini.
O faturamento líquido da indústria brasileira de máquinas e equipamentos somou R$ 5,7 bilhões em agosto, 17,4% abaixo do valor verificado no mesmo mês de 2015. Na comparação com o mês de julho, houve aumento de 1,8% no faturamento das companhias de bens de capital mecânicos.
Fonte: Valor