O Ceará fecha o ano com um crescimento de 24,32% em relação ao ano passado, no número de contratos fechados - 50 usinas -nos leilões de energia eólica. O estado possui atualmente 20 usinas em operação e 22 em construção. No total, são 92 unidades que podem responder por 77,9 % do consumo do estado até 2018.
Para Fernando Ximenes, cientista e secretário da Câmara Setorial Eólica do Ceará, as 20 usinas atualmente em operação produzem 20% da energia que o estado consome. “Constatamos aqui picos de ventos com eficiência extraordinária e que supera os parâmetros mundiais. Enquanto em outros países do mundo se trabalha com índices de eficiência da ordem de 40%, obtemos em nossas torres eólicas valores de 50% a 95%”, enumera.
O cientista acredita que os problemas relacionados à falta de componentes para a montagem dos parques eólicos estão sendo aos poucos resolvidos. “Cerca de 80% das peças já são fabricadas aqui no Ceará e no Brasil”.
O país possui dez fábricas de hubs eólicos (a parte frontal da turbina que é responsável pela automatização do movimento das pás durante a captação de energia do vento). Em junho foi inaugurada em Maracanaú uma linha de montagem desses componentes eletrônicos.
“Estamos trabalhando para obter incentivos e subsídios que viabilizem a produção inteiramente nacional, algo que deve acontecer em cinco ou 10 anos”, afirma.
Dentre as demandas necessárias para o desenvolvimento industrial da matriz energética do estado, Ximenes destaca a criação de legislação específica que possibilite a transmissão da energia produzida nos parques eólicos por meio de cabos instalados no fundo do mar.
“Essa alternativa é a mais vantajosa e possibilita atender a necessidade das grandes cidades”, conclui. (Flávia Oliveira, especial para O POVO)
Fonte: O Povo (CE)/FÁBIO LIMA
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