A Gerdau planeja uma segunda fase para suas operações de aços planos na usina de Ouro Branco (MG) - antiga Açominas. Antes mesmo de concluir a primeira etapa de investimentos nessa unidade, com previsão de atingir uma capacidade de 1,9 milhão de toneladas no início de 2016, a companhia já avalia uma expansão das instalações da siderúrgica mineira. O plano é elevar a produção a 3 milhões de toneladas por ano.
Segundo Manoel Vitor de Mendonça Filho, a Gerdau pretende ampliar a capacidade atual no laminador de bobinas a quente de 800 mil toneladas ao ano, com operações iniciadas em agosto, para 1,2 milhão de toneladas futuramente. Nesse segmento, a companhia tem o objetivo de atingir uma participação de 8% a 10% do mercado brasileiro em dois ou três anos, informou André Pires de Oliveira Dias, vice-presidente executivo de finanças, controladoria e relações com investidores da empresa, durante reunião com analistas ontem.
O projeto de aços planos de Ouro Branco inclui a laminação de chapas grossas, cuja previsão é de produzir 1,1 milhão de toneladas a partir do fim de 2015 ou início de 2016 e chegar a 1,8 milhão de toneladas na segunda fase, ainda sem data prevista para conclusão.
Até 2015, os investimentos previstos no projeto de aços planos somam US$ 1,6 bilhão, sendo que mais da metade deste valor já foi desembolsado, segundo André Gerdau, presidente da companhia. Os desembolsos já realizados incluem expansão de prédio, pontes e área de estocagem no caso das bobinas a quente e também os equipamentos para laminação de chapas grossas.
Segundo Gerdau, a empresa manterá o foco dos investimentos em aço laminado, com o objetivo de elevar suas vendas de produtos com maior valor agregado. Ao lado dos laminados, enfatizou o executivo, estão a atuação na joint venture que tem na Índia (aços especiais) e o negócio de mineração de ferro. Para ele, tratam-se de projetos estratégicos "para diferenciar a Gerdau em um contexto de sobreoferta de aço".
Durante o encontro, os executivos da siderúrgica afirmaram ainda que a Gerdau prevê terminar o ano com investimentos produtivos totais ("capex") de US$ 1,2 bilhão. "Em 2014, poderemos elevar um pouco este número", disse Dias. No ano passado, o capex total da companhia somou US$ 1,6 bilhão. "Caso a Gerdau consiga gerar mais caixa", poderá elevar o valor dos aportes.
A geração de caixa e a redução de necessidade de capital de giro continuam a merecer esforços, disseram os executivos. Pontuaram que a siderúrgica tem feito esforços para desalavancar seu balanço com o aumento da geração de caixa e que reduziu seu ciclo financeiro em 18 dias de março a setembro, de 98 dias para 80 dias, e que o objetivo é chegar a 76 ou 77 dias.
Fonte: Valor Econômico/Olivia Alonso | De São Paulo
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