O declínio da Inepar ganhou um novo capítulo no fim de agosto. A empresa, que já foi uma das maiores do Paraná e apareceu entre as mais negociadas na Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa), pediu recuperação judicial – processo que, se aceito pela Justiça, pode ser sua última chance de salvação.
Fundada em 1953 em Curitiba e hoje sediada em Araraquara (SP), a Inepar deve R$ 2 bilhões, quase o dobro de seu faturamento anual. O principal credor, com estimados R$ 850 milhões a receber, é o BNDES, que também é dono de 4,5% da Inepar Indústria e Construções, holding que reúne as atividades operacionais do grupo.
A dívida começou depois de um acelerado processo de diversificação de atividades na década de 1990, que duplicou estruturas e inflou despesas com pessoal e logística. Para acionistas minoritários, erros de gestão também colaboraram para a deterioração da saúde financeira da empresa. A situação se agravou mais recentemente, com a queda nas encomendas de máquinas e equipamentos, em especial na área de óleo e gás, responsável por mais da metade do faturamento do grupo, que também presta serviços e fabrica equipamentos para os setores elétrico e de transporte ferroviário.
Em queda há três anos, a receita líquida da Inepar baixou do pico de R$ 1,54 bilhão, em 2011, para R$ 1,07 bilhão no ano passado. De janeiro a junho deste ano, a empresa faturou R$ 460 milhões, 27% menos que no mesmo período de 2013. Ao mesmo tempo, o prejuízo aumenta: foram R$ 188 milhões no ano passado e R$ 184 milhões apenas nos seis primeiros meses de 2014.
O fundador e presidente do conselho de administração, Atilano de Oms Sobrinho, foi afastado da condução dos negócios. A gestão está nas mãos de Warley Pimentel, sócio do banco Brasil Plural, que vinha assessorando a companhia em sua reestruturação.
No balanço do segundo trimestre, publicado antes do pedido de recuperação, a Inepar informou que as principais ações de sua reestruturação são a “reorganização do passivo financeiro e fiscal”, bem como a venda de ativos e participações acionárias. A empresa também disse estar em busca de recursos financeiros e novos parceiros.
A primeira vez em que a Inepar falou em reestruturação foi há 15 anos. Desde então ela se desfez de fatias em operadoras de telecomunicações, companhias elétricas e até concessionárias de veículos, mas não conseguiu se livrar de todos os problemas. Diretores e ex-diretores respondem a uma série de processos na Comissão de Valores Mobiliários (CVM), por irregularidades que teriam prejudicado minoritários e conflitos de interesse na gestão das subsidiárias.
Petróleo
Empresas do setor de óleo e gás passam por dificuldades
A carteira de encomendas da Inepar diminuiu 12% em um ano, para R$ 3,6 bilhões em 30 de junho. A queda, segundo a empresa, “deveu-se principalmente a ajustes em negociação em projetos com a Petrobras relativos à manutenção de plataformas”.
Segundo levantamento do site especializado Petronotícias, várias empresas de engenharia passam por dificuldades parecidas porque, pressionada pela necessidade de cortar custos, a Petrobras represa o pagamento de aditivos contratuais. A lista é longa. Empresas como Lupatech e GDK pediram recuperação judicial, a Tenace pediu falência e outras tantas fizeram demissões em massa.
O?problema não está só em óleo e gás. Com a desaceleração da economia e a queda dos investimentos, muitas empresas ligadas à área de infraestrutura acabam sofrendo. Em seu último balanço, a Inepar afirma que 2014 está sendo um ano “extremamente difícil” para esse setor, mas diz acreditar que “a partir de 2015 haverá uma melhora nos fundamentos macroeconômicos e institucionais do país, suportados por investimentos produtivos e por um aumento de concessões públicas”.
Fundada em 1953 em Curitiba e hoje sediada em Araraquara (SP), a Inepar deve R$ 2 bilhões, quase o dobro de seu faturamento anual. O principal credor, com estimados R$ 850 milhões a receber, é o BNDES, que também é dono de 4,5% da Inepar Indústria e Construções, holding que reúne as atividades operacionais do grupo.
A dívida começou depois de um acelerado processo de diversificação de atividades na década de 1990, que duplicou estruturas e inflou despesas com pessoal e logística. Para acionistas minoritários, erros de gestão também colaboraram para a deterioração da saúde financeira da empresa. A situação se agravou mais recentemente, com a queda nas encomendas de máquinas e equipamentos, em especial na área de óleo e gás, responsável por mais da metade do faturamento do grupo, que também presta serviços e fabrica equipamentos para os setores elétrico e de transporte ferroviário.
Em queda há três anos, a receita líquida da Inepar baixou do pico de R$ 1,54 bilhão, em 2011, para R$ 1,07 bilhão no ano passado. De janeiro a junho deste ano, a empresa faturou R$ 460 milhões, 27% menos que no mesmo período de 2013. Ao mesmo tempo, o prejuízo aumenta: foram R$ 188 milhões no ano passado e R$ 184 milhões apenas nos seis primeiros meses de 2014.
O fundador e presidente do conselho de administração, Atilano de Oms Sobrinho, foi afastado da condução dos negócios. A gestão está nas mãos de Warley Pimentel, sócio do banco Brasil Plural, que vinha assessorando a companhia em sua reestruturação.
No balanço do segundo trimestre, publicado antes do pedido de recuperação, a Inepar informou que as principais ações de sua reestruturação são a “reorganização do passivo financeiro e fiscal”, bem como a venda de ativos e participações acionárias. A empresa também disse estar em busca de recursos financeiros e novos parceiros.
A primeira vez em que a Inepar falou em reestruturação foi há 15 anos. Desde então ela se desfez de fatias em operadoras de telecomunicações, companhias elétricas e até concessionárias de veículos, mas não conseguiu se livrar de todos os problemas. Diretores e ex-diretores respondem a uma série de processos na Comissão de Valores Mobiliários (CVM), por irregularidades que teriam prejudicado minoritários e conflitos de interesse na gestão das subsidiárias.
Fonte: Gazeta do Povo (PR)/Fernando Jasper
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