O lucro líquido da fabricante de tubos e equipamentos para o setor de energia Confab triplicou no quarto trimestre em relação ao mesmo período de 2010, totalizando R$ 58,3 milhões.
O resultado do quarto trimestre pode ser atribuído a um aumento significativo da receita, associado a custos controlados, e a uma menor pressão das despesas financeiras sobre a última linha do balanço.
O faturamento da Confab cresceu 64,8% no período, para R$ 465 milhões, impulsionado pelo segmento de tubos, que respondeu por 68% do valor gerado no período. Os 32% restantes ficaram por conta do negócio de equipamentos.
Os custos dos produtos vendidos tiveram crescimento mais modesto, de 60,4%, contribuindo para o lucro bruto, que subiu 77,2%, somando R$ 130,9 milhões.
As despesas operacionais, por sua vez, aumentaram 32% no período. De acordo com a Confab, os maiores gastos com frete, mão-de-obra e provisões para contingências pressionaram a rubrica.
Com isso, o Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) totalizou R$ 79 milhões, mais que o dobro dos R$ 35 milhões registrados no quarto trimestre de 2010. A margem Ebitda passou de 12% para 17%.
As despesas financeiras recuaram 39,4%, para R$ 2,1 milhões, contribuindo para o resultado do período.
No acumulado de 2011, a Confab registrou um lucro líquido de R$ 252 milhões, quase duas vezes superior aos R$ 95,6 milhões registrados no ano anterior. A receita líquida da empresa aumentou 61,6% no período, para R$ 1,6 bilhão.
A companhia encerrou o ano com dívida líquida de R$ 92,2 milhões e com R$ 445,1 milhões em caixa.
Fechamento de capital
O balanço divulgado há pouco, no entanto, ainda não reflete os R$ 900 milhões desembolsados pela aquisição de uma fatia na Usiminas, finalizada em 17 de janeiro. A Confab é uma controlada indireta do grupo Techint, que adquiriu o controle da siderúrgica mineira em dezembro.
Para financiar a operação, a Confab contratou um financiamento de US$ 350 milhões com o banco HSBC. O montante restante foi pago com caixa,
A aquisição desagradou os acionistas minoritários, que negociaram com a empresa a retomada da oferta pública de aquisições (OPA) para fechamento de capital.
Em agosto, a Confab havia anunciado a intenção de encerrar seu registro de companhia aberta, mas, diante da resistência dos minoritários a aceitarem a oferta de R$ 5,20 por ação — prêmio de 9,2% sobre a cotação da época —, cancelou a operação.
No fim do ano passado, após conversas com os acionistas, a Confab aceitou retomar a oferta, oferecendo desta vez a R$ 5,85. A empresa protocolou um pedido de oferta pública na Comissão de Valores Mobiliários (CVM) no mês passado e está aguardando a aprovação da autarquia para prosseguir com o processo.
Fonte: Valor / Natalia Viri
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