A greve no Comperj (Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro), uma das maiores obras da Petrobras em andamento, entrou hoje no seu quinto dia com uma luz no fim do túnel.
O diretor de Abastecimento da Petrobras, Paulo Roberto Costa, informou que vai avaliar amanhã (13), com sua equipe, possíveis soluções para resolver o impasse que coloca de um lado os 14 mil trabalhadores da construção do Comperj e do outro os consórcios das construtoras responsáveis pela obra.
Os trabalhadores pedem ajuste salarial de 12% e vale alimentação de R$ 300, enquanto as construtoras acenam com 9% e vale de R$ 280.
"Vamos fazer uma avaliação interna amanhã para achar uma solução. Eu quero obra", disse Costa à Folha.
O executivo já fez três reuniões com os trabalhadores e uma com as construtoras, e considerou que as conversas "estão avançando".
O secretário-geral do Sindicato dos Trabalhadores da Construção Civil e Mobiliária de São Gonçalo, Luiz Augusto, está otimista com a entrada em cena do diretor e espera que até a próxima terça-feira o conflito esteja resolvido.
"Mas não vamos abrir mão do nosso pedido de ajuste salarial e do vale", afirmou o sindicalista, que hoje se reuniu com a categoria para explicar como estão as negociações.
Além das duas reivindicações, o sindicato quer que os trabalhadores recebam pelos dias parados por causa de greves realizadas nos últimos meses, que somam cerca de 30 dias.
O Comperj está sendo construído desde 2008 no município de Itaboraí, a 45 quilômetros do Rio de Janeiro, e até hoje só tem 30% da obra construída.
A previsão inicial era de que entrasse em operação esse ano, mas as sucessivas greves e problemas climáticos adiaram para 2014 o início da produção da primeira unidade, com capacidade de processar 165 mil barris diários de petróleo.
A segunda unidade terá o mesmo porte, mas ainda não há data para sua construção.
O Comperj será formado por uma refinaria e unidades geradoras de produtos petroquímicos de 1ª geração como propeno, butadieno, benzeno, entre outros, e com uma capacidade de eteno da ordem de 1,3 milhão de toneladas/ano.
Haverá também um conjunto de unidades de 2ª geração petroquímica com produção de estireno, etileno-glicol, polietilenos e polipropileno, entre outros.
fonte:Folha/DENISE LUNA DO
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