Foram registradas oito operações de fusões e aquisições envolvendo empresas de petróleo e gás, nos cinco primeiros meses deste ano, apontou pesquisa divulgada ontem pela KMPG. Para Paulo Guilherme Coimbra, sócio da KPMG no Brasil, os números até maio de 2012 são bons, se comparados aos primeiros seis meses de 2011, quando foram sete.
Segundo ele, a expectativa do setor é que o número de negócios chegue a 30 até o final do ano, o que mostra que o mercado continua aquecido. Coimbra frisou ainda que apesar das novas regras do Cade (Conselho Administrativo de Defesa Econômica) terem acelerado algumas operações no primeiro semestre, outras não foram concluídas e ficaram para o segundo, além disso, novos contratos ainda devem ser firmados. Do ponto de vista de volume, talvez (o resultado) esteja um pouco abaixo do esperado, avalia.
Segundo ele, de uma maneira geral, o país está vendo transações e movimentos de mercados de empresas em negociação, o que vai fazer o número ficar mais próximo do apurado no ano passado. A expectativa é de que o mercado continue aquecido. Devemos fechar o ano com um total de 20 a 30 operações deste tipo, concluiu Coimbra.
Em 2011 e 2010, a pesquisa indicou 29 e 34 operações, respectivamente, entre fusões e aquisições. Em 2009, foram apenas nove. O pré-sal tem sido um grande atrativo para novos players para o setor, já que o Brasil é onde há uma das maiores expectativas de crescimento de reservas no mundo. Quando o pré-sal começar a deslanchar, com rodadas e produção, isso tende a ter impacto forte dentro de investimentos, financiamentos e fusões e aquisições, completou Paulo Guilherme.
De acordo com Coimbra, os números podem ser ainda maiores, se novas rodadas de licitação do setor forem marcadas. Temos a questão da expectativa do mercado de novas rodadas de licitação, pois, com isso, se tem uma maior previsibilidade de demanda e fica mais fácil favorecer o fluxo de caixa das empresas. Outro aspecto diz respeito à crise na Europa e nos Estados Unidos, porque as empresas estrangeiras têm menos acesso à financiamento para fazer aquisições, explicou.
Além da crise econômica mundial, a exigência de conteúdo local também é um fator que pode estar contribuindo para que a velocidade das negociações não seja ainda maior. A regra não está totalmente definida, o que dificulta a previsibilidade do que se vai fazer, falou. Coimbra frisa que a tributação complexa existente no Brasil não é mais uma entrave, pois o país já é considerado seguro para investimentos. A maioria das empresas já conhece o país, já está aqui ou já negociam com o Brasil, disse.
Fonte: Brasil Econômico/investe SP
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