DE SÃO PAULO - Com a maior produção de máquinas e equipamentos, a categoria de bens de capital (que sinaliza a quantas anda o investimento no país) impulsionou a indústria de dezembro para janeiro, com alta de 9,1%. O desempenho, porém, não inverte as perdas seguidas dos três meses anteriores. Só em dezembro a retração foi de 11,5%.
O ritmo acompanha a produção industrial como um todo, que cresceu 2% em janeiro, não compensando a retração de 3,2% em dezembro.
Na comparação com janeiro de 2014, os bens de capital caíram 16,4%.
Para Macedo, do IBGE, os dados mostram que, assim como a indústria geral, a categoria que indica a tendência dos investimentos na economia não mudou de trajetória e nem compensou as quedas dos meses passados. "O crescimento ocorreu sobre uma base muito fraca."
Para o Bradesco, a queda frente a janeiro de 2014 "reforça o baixo patamar dos investimentos no país".
Com a maior produção de aço e petróleo, entre outros, a categoria de bens intermediários (insumos e matérias primas) também cresceu de janeiro para dezembro (0,7%), após dois meses em queda. Já os bens duráveis recuaram 1,4%, quarta queda seguida. A retração ocorreu por causa da menor produção de veículos. Já os semi e não duráveis teve recuo de 0,3% em janeiro na comparação com dezembro em razão da menor produção de vestuário e farmacêutica.
Em relatório, o banco diz que, 'de modo geral, o resultado positivo da indústria em janeiro não é um sinal de reversão na trajetória de queda observada desde o ano passado."
As travas para uma recuperação do setor, diz, são "estoques em patamar elevado e do baixo nível de confiança do empresariado", além das "incertezas" à economia doméstica e global.
Para fevereiro, o Bradesco projeta uma estabilidade da produção da indústria. Se confirmada, o PIB do primeiro trimestre deve cair 0,5%. A projeção para o quarto trimestre aponta um recuo de 0,2% –o resultado será divulgado pelo IBGE no final deste mês.
Fonte:Folha de São Paulo
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