A fabricante de motores elétricos WEG, de Jaraguá do Sul (SC), teve receita líquida de R$ 1,19 bilhão no terceiro trimestre, 12,8% acima do mesmo período de 2009. O resultado, apresentado ontem ao mercado, foi o primeiro do ano com crescimento das vendas na comparação com os números de 2009. Apesar da alta, o lucro líquido do período, de R$ 142 milhões, ficou 11,3% abaixo do conquistado no terceiro trimestre do ano anterior.
Para o diretor de relações com investidores da companhia, Laurence Brandão Gomes, o lucro não apresentou crescimento em relação ao ano passado porque a base de comparação era elevada. "O ano passado foi muito bom em vendas", disse. No comunicado divulgado, a explicação é que o mix de produtos vendidos um ano atrás tinha margens maiores. O lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (lajida) foi de R$ 209 milhões de julho a setembro, com baixa de 17,9% ante igual período de 2009. A margem lajida caiu de 24,1% para 17,6% nesta comparação.
Segundo Gomes, a recuperação do segmento de geração, transmissão e distribuição de energia, com um ciclo mais longo, refletiu-se na receita do trimestre. A consolidação das receitas de duas empresas adquiridas ainda no segundo trimestre, a mexicana Voltran e a sul-africana Zest, que somaram R$ 85 milhões no faturamento do trimestre, também ajudaram.
Apesar do crescimento da participação de equipamentos eletro-eletrônicos industriais na receita no trimestre - que alcançou 59,8% das vendas ante 45,8% do mesmo período de 2009 -, a aposta da WEG para o crescimento da empresa é no segmento de energia. Segundo Gomes, há alguns contratos fechados no segmento - para subestações e conexões na parte de energia - que devem ser faturados a partir de 2011. O diretor destacou o último leilão de energias renováveis da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), em agosto, que trouxe bons resultados para a energia eólica, segmento no qual a WEG atua com fabricação de geradores, transformadores e automação.
Segundo o balanço, a valorização de 8,5% na taxa de câmbio do período resultou em 3,4% de queda no resultado da receita bruta. Mas como 27% do endividamento é em moeda estrangeira, há uma compensação.
Fonte: Valor Econômico/Júlia Pitthan | De Florianópolis
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