Nos últimos anos, houve alertas de que ocorreria falta de marítimos, diante do aumento da frota da Transpetro e das encomendas de barcos de apoio a plataformas de petróleo. Com isso, a Marinha do Brasil elevou a formação de pessoal e, hoje, o presidente do Sindicato Nacional dos Oficiais de Marinha Mercante (Sindmar), Severino Almeida, teme exatamente o contrário: falta de navios e excesso de oficiais de marinha mercante. Afirma Almeida – que também preside a Confederação Nacional dos Trabalhadores em Transporte – que os dois programas de renovação da frota da Transpetro estão em ritmo menos acelerado; que a construção de barcos de apoio ficou abaixo das previsões; e que o programa EBN, da Petrobras, foi deixado de lado.
Explica que, pelo cronograma oficial, a Transpetro deveria receber 20 navios até o segundo semestre de 2014, mas o total deve ficar restrito à metade, ou seja, com incorporação de apenas dez unidades. Sobre o projeto EBN, pelo qual a Petrobras estimularia privados a construírem 39 navios, não foi adiante e jamais foi dada qualquer explicação formal sobre o encerramento ou adiamento do plano. Além disso, revela Almeida que a Petrobras está apoiando aluguel de navios estrangeiros, o que tanto afeta marítimos como a construção naval.
– Há mudanças de política, dentro do Sistema Petrobras, que cada vez mais privilegiam o afretamento de petroleiros no exterior, em detrimento do esforço já empreendido, do dinheiro gasto e do interesse do trabalhador brasileiro.
Esclarece Almeida que, ao encomendar navios no Brasil a Petrobras não estaria apenas ajudando estaleiros e marítimos, mas reduzindo seu gasto anual com aluguel de navios (afretamento), que é de US$ 6 bilhões anuais.
Fonte: Monitor Mercantil/Sergio Barreto Motta
PUBLICIDADE