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Navalshore

Pré-sal atrai novas tecnologias e peças para o mercado local

SANTOS - O presidente da Petrobras, José Sergio Gabrielli, acredita que o Brasil se tornará pioneiro no desenvolvimento de plataformas "inéditas". Com a inauguração do polo naval do Rio Grande (RS), a indústria naval brasileira iniciará a produção de oito plataformas em série, padronizadas. "Quase todas as plataformas em produção do mundo são feitas a partir da reforma de navios. Nós faremos diferente, vamos mostrar que podemos fazer mais e melhor", destacou o executivo, durante a cerimônia de inauguração do polo naval.

O projeto inicial em Rio Grande será a P-55, que, segundo Gabrielli, será a "primeira unidade construída no pré-sal brasileiro". As obras da plataforma foram iniciadas em terra e serão concluídas no dique seco que compõe o polo naval. Além de receber o primeiro dique seco brasileiro capaz de produzir plataformas em serie, com 350 metros de comprimento e 130 metros de largura, o complexo gaúcho ainda recebe bilhões de reais de investimentos privados associados ao projeto, disse Gabrielli. "Já temos estaleiros funcionando aqui e empresas se instalando para construir as peças que necessitamos [para outros projetos]".

O executivo também destacou que as plataformas construídas na região representarão a integração do País. Isso porque o deck box da primeira plataforma, cuja montagem já está em andamento em Rio Grande, será integrado ao casco inferior, que está sendo construído em Pernambuco. A Petrobras tem o direito de uso exclusivo do polo por dez anos, através de contrato de locação.

As obras do polo naval foram iniciadas em agosto de 2006 e preveem a construção de oito cascos para plataformas do tipo FPSO, a partir do primeiro semestre de 2011. O local é composto de uma área de 430 mil m² para construção e reparos de unidades marítimas para a indústria do petróleo, tais como plataformas flutuantes de perfuração, de produção e de apoio. Segundo a Petrobras, o dique seco construído pela WTorre permite a construção simultânea de dois navios petroleiros ou duas plataformas.

Tubos

A exploração da megarreserva do pré-sal e a necessidade de nacionalização de equipamentos a serem fornecidos à Petrobras, operadora única desse petróleo, que deve ficar em 65% no mínimo por lei, têm levado as empresas que atendem a petrolífera estatal a se adequar. Uma delas é a francesa Vallourec & Mannesman Tubes (V&M), que fabrica tubos de aço sem costura, produtos utilizados na exploração submarina e nas demais fases da indústria de petróleo e gás.

A empresa prevê até 2011 oferecer ao mercado novos acessórios tubulares classificados por ela de Premium. Esses produtos, segundo a V&M, são utilizados para a completação de poços, tanto em terra como no mar. Além disso, a empresa apresentou ao mercado tubos de perfuração que serão produzidos no Brasil a partir do final deste ano. Segundo o gerente de Vendas, Renato Rennó, outro fator que ajudou a trazer novas soluções para o Brasil foi a maior facilidade logística para atender tanto a estatal quanto as demais empresas do setor. Além da exploração upstream de petróleo, o downstream (que refere-se às refinarias) está trazendo boas perspectivas de crescimento no setor de tubulações.

A Imefer, empresa de São Paulo, está de mudança para um espaço quatro vezes maior na cidade de Guarulhos (região metropolitana de São Paulo). Este é um dos movimentos da companhia, que distribui tubos carbono da V&M e da Confab Tenaris, para atender a demanda originada pela construção das refinarias Abreu e Lima (PE), do Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro (Comperj), e das Refinarias Premium no Maranhão e no Ceará.

De acordo com o gerente de Vendas da empresa, Thércio Molinari, com esses projetos no horizonte, o futuro fica muito promissor para o setor. Essas centrais possuem uma alta demanda para a interligação de unidades de refino das refinarias e também de plataformas, mas estas em menor escala. Com isso, as perspectivas de aumento de faturamento da companhia para este ano são de cerca de R$ 200 milhões. Se essa previsão confirmar-se, representará um crescimento de 11% sobre o mesmo período de 2008, quando a empresa ainda não havia sentido a crise internacional. Se a previsão deste ano for comparada a 2009, esse aumento alcança quase 40%. O crescimento vigoroso traz a reboque os fornecedores de equipamentos que preparam os tubos para serem soldados. A Merax aposta em que o setor de petróleo e gás deverá representar quase metade de seu faturamento nos próximos anos.

Fonte: DCI/Maurício GodoiRita Gallo






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