O presidente da Petrobras, Pedro Parente, afirmou que a proposta da empresa de resolução de dissídio salarial dos petroleiros leva em conta o contexto atual de alto patamar de endividamento da companhia. Ele fez o comentário ao ser questionado, em entrevista gravada à rádio CBN, sobre a avaliação dos trabalhadores acerca da proposta, considerada uma “afronta” pelos sindicalistas.
“[A proposta] não prevê redução de salários nem redução de benefícios. Mas temos que lembrar que isso é um processo e nós temos tratado de maneira mais respeitosa possível os sindicatos, e achamos que esta é a maneira mais correta de levar esta discussão, especialmente neste momento em que a companhia enfrenta um endividamento" que a torna uma das empresas mais endividadas do mundo, afirmou.
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Parente comentou que o alto endividamento tem sido abordado pela companhia em suas negociações com colaboradores, petroleiros e sindicatos, e a empresa continuará a lembrar desse contexto em futuras negociações.
Em sua entrevista à rádio, Parente mencionou ainda as linhas gerais do plano, anunciado ontem pela empresa, referente ao período de 2017-2021, que prevê investimentos de US$ 74,1 bilhões no período.
De acordo com informações da Federação Única dos Petroleiros (FUP), a Petrobras propôs diminuição da jornada com corte de salários e a redução no valor pago pelas horas extras. Também foi proposto reajuste de 4,97% sobre a tabela de gratificações conhecida como Remuneração Mínima por Nível e Regime (RMNR, valor mínimo garantido pela companhia a cada empregado, vinculado ao nível da tabela salarial, ao regime de trabalho e à cidade de atuação).
Esse percentual valeria para os empregados que ganham até R$ 9 mil. Acima desse valor, o funcionário receberia um reajuste fixo de R$ 447,30. As tabelas salariais seriam mantidas sem reajuste. Em nota publicada em seu site, a FUP qualificou a proposta da companhia de “afronta aos petroleiros”.
Fonte: Valor