Navalshore 2024

Navios afretados custarão à Petrobras US$ 1,9 bi este ano

rio de janeiro/são paulo - A Petrobras projeta que este ano gastará US$ 1,9 bilhão com o afretamento de embarcações - parte feita junto à Transpetro, parte junto à empresas estrangeiras e em contratações isoladas no mercado internacional. O plano da empresa é substituir algumas últimas embarcações por navios nacionais, usando para tanto seu programa chamado Empresas Brasileiras de Navegação (EBN). A petroleira prevê ampliar em 50 unidades sua frota nos próximos 6 anos, em especial para dar conta da extração de óleo na camada pré-sal do litoral brasileiro, cuja demanda só tem aumentado. Hoje, a Petrobras trabalha com algo em torno de 150 navios, somando embarcações fretadas e outras pertencentes à estatal.

Ontem, a companhia apresentou um balanço do EBN. A ideia é reduzir a dependência da Petrobras do mercado externo de fretes marítimos e estimular a construção naval interna, com o afretamento, por 15 anos, a serem construídas por empresas em estaleiros que se situem no País. O diretor de Abastecimento da Petrobras, Paulo Roberto Costa, foi enfático a este respeito. "Digo e repito: façam estaleiros. Nós vamos precisar de muitos. A tendência é que nossa frota continue aumentando a passos largos, considerando que aguardamos um crescimento de produção para o dobro do volume atual programado para os próximos anos", disse Costa.

Na primeira fase, o EBN contratou 19 navios e na segunda foram licitados mais 20. Destes últimos, 14 já foram contratados e outros 6 estão sendo negociados. A entrega dos navios desta 2ª fase se dará entre 2013 e 2017. A Petrobras projeta que gastará entre US$ 350 milhões e US$ 400 milhões/ano com o afretamento destas embarcações. A petroleira também reportou que sua frota cresceu de 110 navios para 187 entre os anos de 2003 e 2010, subindo de uma capacidade total de transporte de cargas de 127,4 milhões de toneladas para 168,7 milhões de toneladas no período.

Costa afirmou que já soube esta semana de ao menos 2 empresas brasileiras que estariam dispostas a fazer pesados investimentos na construção de estaleiros e embarcações. Ele preferiu não adiantar o nome destas companhias. O executivo observou ainda que, além do crescimento do programa EBN, há ainda o Programa de Modernização da Frota (Promef) sendo tocado pela estatal, e que é direcionado para a frota da Transpetro.

Objetivos

Costa enumerou as metas do EBN: ajudar a recuperar e consolidar a indústria naval do País, fomentar o surgimento de empresas brasileiras de navegação no segmento de petróleo e produtos derivados, criar perto de 30 mil empregos diretos e indiretos durante a construção das embarcações e mais 2 mil postos de trabalho permanentes ao longo da vida útil dos navios, estimular a produção local de embarcações para cabotagem (atividade estratégica que responde por 80% do transporte marítimo feito pela Petrobras) e, por fim, reduzir a exposição da petroleira à instabilidade do mercado internacional de fretes. "Espero que tenha EBN 3, EBN4, Promef 3 e Promef 4", brincou o diretor de Abastecimento da Petrobras ao comentar os efeitos benéficos que tais programas trarão ao País.

FMM

A propósito, empresas que integram o EBN vêm se queixando de que, devido ao adiamento das reuniões de análise de projetos do Fundo da Marinha Mercante (FMM), estão sendo obrigadas a recorrer a outras fontes de financiamento. O FMM tem por função, justamente, fornecer recursos para a indústria naval brasileira. O Fundo adiou a reunião marcada para o dia 24 de fevereiro, quando estava programada a análise de cerca de 160 projetos. O problema, aparentemente, são os cortes no orçamento ordenados pelo Palácio do Planalto. O setor crê que a presidente Dilma Rousseff esteja buscando a melhor hora para liberar os R$ 8 bilhões que seriam utilizados no financiamento de novas atividades na indústria naval. Acredita-se, agora, que a reunião do FMM deva acontecer entre o carnaval e a Semana Santa.

O gerente-geral de Transporte Marítimo, Rogério Fernandes Figueiró, observa: "Tanto no EBN 1 como no EBN 2 o aspecto financiamento do projeto está um pouco prejudicado, com algumas empresas aguardando a reunião do conselho do Fundo da Marinha Mercante". De acordo com o gerente-geral, os pedidos de financiamento já foram feitos.

"Mas algumas empresas têm apresentado para nós, inclusive, alternativas de financiamento caso alguma coisa aconteça com o FMM - algum atraso maior, ou mesmo um contingenciamento de verbas em função dos cortes do governo. Caso algum empecilho surja neste cenário, essas empresas já teriam um plano B, ou seja, fundos de financiamento interessados em participar", disse ele. Figueiró, no entanto, não adiantou quais fundos poderiam entrar em tais operações.

Fonte:DCI/alex ricciardiae

PUBLICIDADE

Ecobrasil




Praticagem

   ATP    GHT    Oceanpact
       

Hidroclean

 

 

Países Baixos

 

  Sinaval   Assine Portos e Navios
       
       

© Portos e Navios. Todos os direitos reservados. Editora Quebra-Mar Ltda.
Rua Leandro Martins, 10/6º andar - Centro - Rio de Janeiro - RJ - CEP 20080-070 - Tel. +55 21 2283-1407
Diretores - Marcos Godoy Perez e Rosângela Vieira