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Banzeiros precupam empresários, que cobram solução

Os problemas decorrentes de fortes correntezas registradas no rio Madeira, que desde a noite de sexta-feira impediram as operações no porto de Porto Velho foram comunicados à Antaq (Agência Nacional de Transportes Aquáviários), Ministério Público Federal e Estadual, Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), Marinha e ANA (Agência Nacional de Águas).  A forte correnteza deslocou a ponte flutuante de acesso ao terminal e arrebentou o cabo de amarração do RO-RO,  de acordo com o diretor de Fiscalização e Operação do porto, Leonel Bertollin.

O fenômeno está provocando prejuízos incalculáveis e é atribuído a operações realizadas na Usina Hidrelétrica Santo Antônio, localizada a cerca de 8 quilômetros do terminal. A concessionária da usina nega a influência do empreendimento na mudança do comportamento do rio, mas é contestada por Bertollin. “O mesmo fenômeno já ocorreu em outras oportunidades nos últimos meses, mas quando a gente conversa com os representantes do empreendimento, eles dão uma aula de hidrologia, mas não explicam o que está acontecendo Nós precisamos de uma solução para o problema. Precisamos saber se são passageiros ou permanecerão quando a usina entrar em operação”.

Para o presidente do Sindicato das Empresas de Navegação do Madeira, Raimundo Holanda, há evidências irrefutáveis da influência do empreendimento no problema que afeta a navegação. “Nós operamos há 36 anos no Madeira e nunca vimos nada parecido”, afirma.  De acordo com Bertollin, “a ANA (Agência Nacional de Águas), que regulamenta a utilização das águas, não ouviu a Marinha, os armadores, a Sedam e o Ibama para licenciar o uso do rio para a construção do empreendimento”. 

Segundo Raimundo Holanda, o presidente da Soph (Sociedade de Portos e Hidrovias de Rondônia), que administra o porto de Porto Velho, Ricardo Sá, seguiu na segunda-feira para Brasília para pedir apoio dos senadores de Rondônia. “Na qualidade de autoridades portuárias, precisamos que os órgãos de fiscalização e os responsáveis pelo licenciamento da obra nos ajudem a resolver este problema que está impedindo a navegação em Porto Velho”, afirma Bertollin.

Pela hidrovia do Madeira são transportadas mercadorias equivalentes a 400 mil carretas por ano. Por ela, passam produtos que abastecem o Amazonas e a soja produzida no Mato Grosso.   Segundo Holanda, na manhã de ontem, representantes da Marinha e Ibama estiverem no porto. Ele disse ainda que a descarga de cimento já não acontece há cinco dias.

Fonte: Diário da Amazônia






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