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Demanda de peso

Fabricantes de empilhadeiras de uso geral e reachstackers estão otimistas com reaquecimento do setor portuário


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Carlos Augusto Monteiro
Depois de mais de um ano de incertezas quanto ao reaquecimento das vendas, os fabricantes de empilhadeiras de uso geral e reachstackers voltam a respirar aliviados. Graças à volta dos pedidos de compras pelos terminais portuários, após o impacto gerado

pela crise em 2009, é crescente a movimentação e o investimento em tecnologias para melhor servir ao setor, impulsionado pelo comércio internacional. Diante desse cenário, há consenso de que em 2010 haverá uma retomada gradual de volume de venda aos níveis operados de antes da crise econômica.
“Este ano, o setor passa por um momento de expectativa de retomada gradual do volume aos níveis operados em 2008, com planos consistentes para aumento da capacidade instalada e ganho de produtividade e competitividade”, acredita o diretor-superintendente da Libra Terminais Santos, Roberto Lopes. No ano passado, o terminal não investiu em equipamentos, mas havia adquirido sete reachstackers em 2008.
Como contraponto à crise, o Regime Tributário para Incentivo à Modernização e Ampliação da Estrutura Portuária (Reporto) continua em vigor até dezembro de 2011. O mecanismo tem ajudado — e muito — os empresários a decidir pela aquisição de equipamentos. O Reporto suspendeu a cobrança, desde 2009, do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI), PIS/Pasep, Cofins e do Imposto de Importação nos casos em que não há produto similar no Brasil.
A Rimac, empresa que comercializa equipamentos pesados para portos, vem percebendo um novo aquecimento nas vendas. O diretor- geral da empresa, Marcelo Vieira, confirma que, com a crise, uma série de projetos foram paralisados. No entanto, garante, desde outubro do ano passado passou a receber novas propostas para concretizar vendas. “Já percebemos a volta de contratos. Na visita aos clientes é possível notar que o volume de contêneires já tem aumentado nos terminais. O ano de 2010 tem tudo para ser um ano produtivo”, diz.
A queda nas vendas para a Rimac em 2009 foi de 30%. Mas a expectativa de Vieira é duplicar o total de 20 equipamentos comercializados no ano passado. “Não há dúvida de que o volume de vendas este ano tende a aumentar, inclusive com possibilidade de abertura de novos portos”. O executivo refere-se ao estabelecimento, pela Secretaria Especial de Portos (SEP) e pela Agência Nacional de Transportes Aquaviários (Antaq), das novas regras para instalação de terminais portuários. Com isso, cresce a expectativa de novos investimentos. Especula-se que Manaus (AM), Aratu e Ilhéus (BA) sejam locais que possam ter projetos portuários licitados neste ano. Também justificam a abertura de novos portos o surgimento de novas fronteiras agrícolas nos estados do Centro-Oeste e o potencial logístico cada vez maior no Nordeste.
É de olho na expansão de atividades comerciais em estados no Nordeste que a Equiport, representante no Brasil da Terex, baseia parte de suas decisões de negócios. Das vendas da empresa, cerca de 50% são destinados sobretudo aos portos de Santos, Paranaguá e Itajaí. Mas o restante está distribuído para o Nordeste, com destaque para Salvador, e também na região Norte, em especial Manaus, onde a Equiport já totalizou a venda de 20 reachstackers  nos últimos dois anos.
A empresa registrou no ano passado 36 reachstackers vendidas, número apenas um pouco inferior a 2008, em torno de 40 unidades. “O ano passado veio a reboque do vapor de 2008. E já desde o último trimestre de 2009 estamos em ritmo acelerado“, afirma o gerente comercial da Equiport, Elísio Garcia. Ele informa que a Terex teve faturamento de 11 milhões de euros para o Brasil em 2009. Em relação a 2008, houve uma queda de cerca de 5% nesse volume de vendas, mas a empresa espera para 2010 um incremento de 15%.
A Equiport, por passar a representar também a Fantuzzi, ampliou sua gama de equipamentos. Segundo Garcia, isso permitiu aumentar a expertise no segmento portuário e prover soluções também de acessórios para reachstackers.
A Clark MHC avalia que o mercado de empilhadeiras e reachstackers em 2009 ficou “em compasso de espera, só observando para onde os ventos soprariam”, opina o gerente de Vendas, Fabiano Fagá. Para ele, a maioria das empresas resolveu esperar e com cautela decidir os próximos passos. “Isso afetou o mercado”, diz. Fagá conta que a Clark MHC verificou uma forte desaceleração em comparação a 2008. “Mas apesar da queda do mercado em 2009, a empresa conseguiu ganhar espaço no mercado de empilhadeiras, conquistando alguns pontos percentuais adicionais a sua participação de mercado”, completa o gerente, embora não revele o percentual exato. “O ano de 2010 já iniciou prometendo ser um ano de recuperação muito forte e bom, já nos primeiros meses a atividade no setor indica uma retomada de investimentos e projetos que, em 2009, ficaram em compasso de espera. Esperamos para 2010 atingir um crescimento recorde”, conclui.
Segundo Elísio Garcia, da Equiport, a Terex, que atua nos segmentos de construção, mineração e construção de estradas, definiu o Brasil como prioridade para investimentos no segmento de equipamentos portuários. Estão incluídas aí as empilhadeiras de uso geral e reachstackers, o que, segundo ele, comprova a aposta que a empresa faz no país.
O executivo enfatiza que a empresa não passou por crise no fornecimento aos portos. Segundo ele, o período foi produtivo para se repensar os negócios. “O Brasil passou bem pela crise. Muitos terminais aproveitaram este momento de recessão para buscar mais soluções na movimentação de carga e, assim, estarem preparados para o reaquecimento”, diz. Garcia ressalta que alguns terminais sofreram decréscimo em suas atividades. “Mas mesmo assim mantiveram-se ativos e produtivos, adquirindo equipamentos e planejando investimentos a longo prazo”, acrescenta.
O gerente de Vendas da Toyota, Roberto Ueda, diz que também sentiu o impacto da crise em 2009, sobretudo entre os meses de janeiro a março. “Foi um momento ruim para o mercado como um todo. Quando estourou a crise, em outubro de 2008, achamos que não haveria impacto em nosso negócio, mas já ao fim daquele mês, começamos a sentir as paralisações. Em março do ano passado, as coisas começaram a melhorar gradativamente. O segundo semestre veio com muita força e salvou as vendas do ano”, afirma.
Embora não divulgue números absolutos, Ueda diz que o ano de 2010 está surpreendendo a expectativa de vendas. Segundo ele, os números estão bem próximos aos de 2008. Para comparar, cita números gerais do mercado. Segundo ele, para 2010, a expectativa do mercado é de vender entre 14 a 16 mil máquinas. “Nossa empresa acompanhou a média da queda e também deve seguir um crescimento semelhante à média do mercado”, diz Ueda, frisando que não comercializa reachstackers.
De olho no mercado, as empresas fazem suas contas para dimensionar o potencial de vendas para os terminais no país. O Libra Terminal Santos, por exemplo, tem capacidade atual de 900 mil TEU/ano, enquanto que o Libra Terminal Rio pode movimentar 350 mil TEU/ano. Segundo Roberto Lopes, da Libra Terminais, a taxa de ocupação atual dos berços em Santos neste momento é da ordem de 65%, sendo que com a chegada de novos equipamentos em outubro de 2010 esse número deve ser reduzido para níveis inferiores a 50%. Já no Rio, a taxa de ocupação atual é da ordem de 50%. “Existem ainda planos de expansões para o Rio de Janeiro e Santos que permitirão a duplicação da capacidade operacional em até três anos”, diz.
A movimentação de contêineres em 2010 deverá ser da ordem de 800 mil TEU na unidade Santos e 195 mil TEU na unidade Rio. Esse volume, segundo Lopes, representa um crescimento da ordem de 7% em relação a 2009, mas ainda inferior ao volume movimentado em 2008.
Uma tendência que se verifica na fabricação de empilhadeiras e reachstackers é a preocupação com o meio ambiente. Marcelo Vieira, da Rimac, destaca no portifólio da empresa as linhas de empilhadeiras de garfos de alta capacidade, para 20 toneladas, com reduzida emissão de poluentes e economia de combustível diesel. “Infelizmente, empilhadeiras desse porte precisam de combustível diesel, mas é um equipamento amigo do meio ambiente”, diz.
Roberto Ueda, da Toyota, também atenta para o fato de que o mercado brasileiro usa em grande número máquinas a combustão, gás, gasolina e óleo diesel. No entanto, lembra que atualmente existe uma boa diversidade de equipamentos elétricos, sobretudo pela verticalização das operações portuárias, por questões de logística. “Quando se trata de operações mais elevadas, os portos estão trocando suas máquinas a combustão para elétricas. Existe a questão ecológica que influencia nessa troca também”, afirma. Por sua vez, Fabiano Fagá, da Clark MHC, defende que desde a invenção da empilhadeira em 1917 a empresa vem contribuindo com novidades e avanços tecnológicos que melhoram a segurança da indústria como um todo.
Os empresários do setor são unânimes em concordar que o Reporto foi fundamental para a recuperação após a crise. “Houve uma corrida às compras em 2009 em função do Reporto. Mesmo não podendo e não sendo a melhor hora, os portos acabaram investindo, pela oportunidade da grande redução de impostos”, afirma Marcelo Vieira, da Rimac. Roberto Ueda, da Toyota, acrescenta que, graças aos incentivos do Reporto houve um estímulo à renovação da frota para a área portuária. “Havia muitas máquinas antigas. Ocorreu uma renovação e aumento no número de equipamentos, propiciando a modernização dos portos brasileiros”, diz.
Para a Milan Máquinas, no entanto, o Reporto trouxe dificuldades. A empresa alega que suas máquinas são similares às fabricadas no exterior, embora o pleito não tenha sido reconhecido. O desejo da empresa é se ela pudesse competir nas mesmas condições com os importados. “Nosso problema não foi a crise, mas a abertura que foi dada aos importados. Sem subsídios, não dá para competir”, afirma Vanderlei Machado, supervisor de compras da Milan.
Polêmicas à parte, as representantes de empilhadeiras e reachstackers têm algumas novidades à disposição do mercado. A Milan Máquinas conta com MG-1200 S e MG 4500 S. Também possui as empilhadeiras MC-75 G, MC-100 G e MC-400 G, entre outras.  São dotadas de acessórios e componentes hidráulicos e elétricos nacionais, o que segundo a empresa propicia capacidade de reposição de peças em curto espaço de tempo. As empilhadeiras Milan são equipadas com acessórios para içamento e movimentação de diversos produtos tais como contêineres, palhetes, placas, tarugos, bobinas, vergalhões, tubos, etc.
A Toyota tem lançamento recente, de cerca de um ano, que é a empilhadeira à combustão da série 8, em especial a 8FG 25, também nas versões de 18, 30 e 35 toneladas. Dotada de SAS (Sistema de Estabilidade Ativa), a série 8 foi projetada para ter mais estabilidade nas curvas, controlador da função do mastro e sincronizador de direção. Além disso, os equipamentos contam com o OPS (Operator Presence Sensing), que interrompe as funções de carga e percurso quando o operador não está na posição correta. Além destes equipamentos, a Toyota dispõe da linha de empilhadeiras elétricas BT.
A Rimac, por sua vez, tem uma linha de empilhadeiras para movimentação exclusiva para o Brasil da marca Konecranes, da Suécia. Os produtos são reachstackers, empty handlers, top loaders e também empilhadeiras de garfos de 10 a 60 toneladas. Em janeiro, a empresa fez o lançamento de uma nova linha de reachstackers para contêineres vazios, que, assim como as empilhadeiras de garfos, são ecologicamente responsáveis.
Já a Equiport, representante da Terex, possui reachstackers de cinco contêineres e seis contêineres HC (high cube). Também possui empilhadeiras frontais do tipo ECH  (Empty Container Handler) para contêineres vazios. Os produtos da Terex foram projetados para ter a velocidade das funções hidráulicas aumentadas em 30% e a translação da máquina mais progressiva, proporcionada pela comunicação eletrônica entre o motor e a transmissão. Além disso, os equipamentos contam com força de tração aumentada para 290KN (a anterior era de 258KN).
Um dos destaques da Clark MHC, por sua vez, é a linha CMP 15/18/20S, uma empilhadeira de combustão interna, rodagem pneumática e em versão GLP e diesel. É dotada de cabine do operador isolada com coxins de borracha, kit de segurança padrão (giroflex, faróis dianteiros/traseiros, setas, luzes traseiras combinadas, alarme de ré, espelhos retrovisores e extintor de incêndio) e transmissão automática com acionamento elétrico tipo TA12 Clark.

 






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