A exportação de café do Brasil atingiu o recorde de 46,4 milhões de sacas de 60 kg em 2024, mesmo enfrentando desafios logísticos nos portos do país. Dados do Conselho dos Exportadores de Café do Brasil (Cecafé) mostram que novembro registrou o embarque de 4,662 milhões de sacas, aumento de 5,4% em relação ao mesmo período de 2023, enquanto a receita cambial cresceu 62,7%, alcançando US$ 1,343 bilhão. No acumulado de 2024, a receita totalizou US$ 11,302 bilhões até novembro, alta de 22,3% sobre o recorde anterior de 2022 e de 56% em comparação ao mesmo período do ano anterior.
O café arábica liderou as exportações, com 33,973 milhões de sacas (73,2% do total), seguido pelo canéfora, com avanço de 107,4% e 8,692 milhões de sacas exportadas. Apesar do desempenho positivo, problemas logísticos custaram aos exportadores prejuízos de R$ 30,4 milhões no ano, além de 1,717 milhão de sacas não embarcadas até outubro, resultando em perdas de R$ 2,754 bilhões em receita cambial. Alternativas como o uso de break bulk minimizaram os impactos, mas a falta de infraestrutura portuária continua prejudicando o setor.
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Os principais destinos foram os Estados Unidos (7,419 milhões de sacas, alta de 35%) e Alemanha (7,228 milhões de sacas, alta de 63,4%). Entre outros mercados, destacam-se Bélgica (4,070 milhões de sacas, +108,1%) e México, maior comprador entre países produtores, com alta de 177,3%. No segmento de cafés diferenciados, o volume exportado subiu 33,5%, com receita de US$ 2,185 bilhões, liderado pelos EUA. O Porto de Santos manteve-se como o principal ponto de exportação, respondendo por 67,6% dos embarques, seguido pelo complexo portuário do Rio de Janeiro (28,2%).