Trabalhadores do Porto de Aratu iniciaram, neste sábado, 24, uma operação padrão para reduzir à metade, nos quatro turnos de trabalho, as atividades de embarque e descarga nos navios. A medida visa pressionar o sindicato patronal a atender uma pauta que inclui o reajuste salarial da categoria, com ganho real entre 10% e 15% retroativo a 1° de março.
Por conta da operação, o trabalho de descarga das 32 mil toneladas de fertilizantes do navio graneleiro Orient Alliance, que vinha sendo feito desde a terça-feira, ficou prejudicado.
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A carga tinha previsão de ser descarregada nesta segunda-feira, mas o trabalho deve levar mais alguns dias. O preço da diária da estadia de um navio do porte do Orient Alliance tem um custo, em Aratu, da ordem de US$ 20 mil a US$ 30 mil.
Para segunda-feira, 26, está sendo aguardada a chegada de um outro navio, vindo do Chile, com 27 mil toneladas de concentrado de cobre e catodo para atender a Paranapanema/Caribas Metais, que tem planta industrial no município de Dias D´Ávila.
Segundo o presidente do Sindicato dos Portuários de Candeira (SPCBA), Luiz Borba, não tem data para o final da operação padrão de redução em 50% da carga e descarga em Aratu.
Além do reajuste com ganho real, o sindicato pede diária qualificada de R$ 150 para guindasteiros, R$ 25 de tickets refeição e realinhamento do Fundo Social pela inflação.
O presidente do Sindicato dos Operadores Portuários de Salvador e Aratu, Gilberto Moura Costa, acredita chegar, ainda na segunda, a um acordo com os trabalhadores. Diz, contudo, ser difícil atender o pleito de ganho real sobre os salários.
"A situação econômica do país é terrível. Já garantimos o reajuste pela inflação corrigida à data-base. É preciso dizer que, hoje, um homem da capatazia não tira menos de R$ 3 mil a R$ 3,5 mil por mês", informou Costa.
Fonte: A Tarde/Patrícia França