A Caixa Econômica Federal teve de aportar mais R$ 1,5 bilhão do FGTS no fundo imobiliário que custeia a revitalização da zona portuária do Rio, um dos principais projetos urbanísticos na cidade.
O depósito foi feito para compensar o ritmo de venda dos títulos imobiliários da região, que ficou abaixo da expectativa do banco, e permitirá que o banco cumpra o cronograma de desembolso para as obras na região.
VIA ACELERADA
O projeto inicial era que a prefeitura negociasse os títulos diretamente no mercado, o que deixaria mais lenta a arrecadação para o projeto.
A participação da Caixa, autorizada nos últimos dias de governo Lula, permitiu que as obras no porto do Rio fossem aceleradas.
O fundo imobiliário da Caixa comprou em 2011 todos os 6,4 milhões de títulos que permitem a construção de edifícios com altura acima do permitido na região portuária —o chamado Cepac (certificado de potencial adicional construtivo).
Na operação, também passou a ter direito sobre todas as terras públicas da área.
O banco pagou inicialmente R$ 3,5 bilhões, com recursos do FGTS. Mas se comprometeu a custear toda as obras e serviços da região por 15 anos, de R$ 8 bilhões.
Nesse período, o fundo renegociaria os títulos e os terrenos para superar o custo total. Agora, o prazo foi estendido para 25 anos.
Mas, para manter o cronograma de desembolso, o FGTS teve de fazer um novo repasse ao fundo, em maio.
"As expectativas em relação à velocidade de desenvolvimento no porto se frustraram. O ciclo do mercado imobiliário está muito diferente", disse Vitor Hugo Pinto, gerente nacional de fundos imobiliários da Caixa.
O desembolso adicional para a prefeitura está condicionado à aprovação do plano de habitação social da região até novembro.
De acordo com Pinto, o banco já negociou 35% dos títulos adquiridos há quatro anos. Quase a totalidade dos acordos preveem participação do fundo nos novos empreendimentos imobiliários.
O retorno, nesse caso, só virá ao fim da venda das unidades. Apenas 9% dos títulos (564 mil) foram para o licenciamento de novos prédios até junho —o que indica que muitos ainda não saíram do papel. "Tudo isso tem um timing de maturação mais longo. Não dá para forçar a barra no investimento", declarou o gerente da Caixa.
O gerente de fundos imobiliários da Caixa espera que a conclusão das obras, no fim de 2016, intensifique o interesse pela região.
Fonte: Folha de São Paulo/ITALO NOGUEIRA DE DO RIO
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